terça-feira, 27 de janeiro de 2015

TOP 5 DISCOS DO TESTAMENT

1º The new order
2º The legacy
3º The formation of damnation
4º Dark roots of earth
5º The gathering

domingo, 25 de janeiro de 2015



POSSESSED – SEVEN CHURCHES

De forma alguma eu começaria esse texto falando sobre quem, de fato, criou o death metal. Isso é uma discussão parcialmente inócua e sem um resultado preciso a ser alcançado, pois estilo algum pode se originar de uma fonte individual. Qualquer estilo, qualquer tendência musical, é consequência de colaborações coletivas, geograficamente espalhadas, e de natural evolução cronológica da música.
Dito isso, posso agora afirmar que independente da origem, a certeza que eu tenho é de que este disco definiu para mim o que seria death metal e tudo que eu ouvi do estilo desde então, passou pelo crivo do que aprendi com Seven Churches. Em suma, eu uso uma espécie de “padrão Possessed” para avaliar o que é e o que não é death metal para mim.
A capacidade para fazer death metal exige do compositor o dom de transmitir determinadas sensações com sua música. Tem que ter peso? Confere; tem que ter rapidez? Não necessariamente. Mas é fundamental que haja a sensação de malignitude. De medo e de asco. A música tem que ser, literalmente, tenebrosa. Quando Seven Churches chegou até nós, dava para perceber ali os espectros do Venom e do Slayer, mas havia a inserção de diferenciais, nos timbres, nas batidas, na voz.  Em The Exorcist, primeira música, após a mais do que óbvia introdução retirada da composição de Mike Oldfield, que serviu de trilha sonora para o filme de mesmo nome, a melodia de guitarra, que pontua o intervalo entre as estrofes, aumenta a tensão da música, passando a sensação de embate que a letra da mesma sugere.
Quando se fala em Possessed, o primeiro nome que vem à lembrança é o de Jeff Becerra, por ser o frontman, o letrista e por suas tragédias pessoais, além do fato de não ter se rendido aos traumas causados por estas e estar capitaneando a banda atualmente. Em seguida, vem Larry LaLonde, que chama a tenção pela reviravolta sem precedentes que deu em sua carreira, saindo do Possessed para o Primus. O nome de Mike Torrao nem sempre é devidamente mencionado, mas é necessário, por justiça, trazer à tona a sua contribuição, afinal ele não é apenas o fundador da banda, mas, principalmente, o compositor de todas as músicas. Torrao assina sozinho o álbum inteiro, excetuando apenas a faixa-título feita em parceria com LaLonde. Por essa razão, o sujeito merece ser um verbete de destaque na história da criação do gênero, afinal sairam de sua mente faixas clássicas como Pentagram e principalmente, a música que definiu tudo: Death Metal. Não apenas pela associação que seu nome gera, mas essa composição é para mim o mesmo que Black Metal é para o Venom e para o estilo de mesmo nome. Um grito seco, proferido sobre uma base extrema que, por ser a ultima faixa do disco, resume tudo que lhe antecede. Resume a velocidade de Burning in Hell, resume a guitarra e o baixo dobrados no final de Fallen Angel, resume a capa minimalista, resume, por fim, o pioneirismo de uma banda que agregou suas influências, colocou a sua marca, e passou a ser influente, pois foi um dos baluartes do estilo que, até hoje, apesar de suas infinitas variáveis – brutal death metal, deathcore, etc... – ainda é a fronteira não ultrapassada da música pesada. É o metal da morte, afinal, e, depois dessa, não há mais alternativas.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

TOP 5 DISCOS DO RUNNING WILD

1º Gates to purgatory
2º Under jolly roger
3º Masquerade
4º Pile of skulls
5º Port royal

domingo, 18 de janeiro de 2015



KREATOR - ENDLESS PAIN

Não é de se admirar que o thrash metal se tornou a potência de estilo que é. Todas, praticamente todas as grandes bandas dessa linha estrearam com discos no mínimo explosivos: Kill´em´All, Fistful of Metal, Show no Mercy, Power from Hell, Fear of Tomorrow, Killing is my Business, Sentence of Death... Uma sequência de lançamentos violentos na qual inclui-se com louvor (ou seria melhor dizer com maldição) esse Endless Pain. Cada um dos artistas responsáveis por essas obras iria evoluir no futuro, fazendo experimentações ou acrescentando mais técnica ao seu trabalho, mas a crueza de seus debutes marcaria para sempre a expectativa que cada novo álbum geraria no futuro.
Graças ao recrudescimento que o fator agressividade obteve no heavy metal ao longo dos anos, os discos mais brutais, mais diretos, da primeira fase do thrash, sofreram menos o impacto do tempo, permanecendo atuais até os presentes dias. É o caso de Endless Pain. Alguns discos de metal extremo daquela época poderiam, atualmente, quase serem considerados como metal tradicional, mas a estréia do Kreator ainda é brutal. E o impacto já é evidente nos primeiros segundos, na faixa título, que inicia tão rápida que praticamente explode na sua cara. Os riffs das duas músicas seguintes, Total Death e Storm of the Beast, soam hoje, para mim, como algo semelhante ao estilo de Mike, do Destruction. Nada demais, afinal as duas bandas são contemporâneas e do mesmo país, além de seus integrantes terem tido as mesmas influências, então quaisquer afinidades são creditadas à cena em que surgiram. As diferenças evidentes entre cada um iriam se reforçar com o passar dos anos, mas, em músicas como Tormentor e Flag of Hate, elas saltam aos olhos, pois essas são as que provavelmente melhor refletem a personalidade que o Kreator desenvolveu e talvez por isso mesmo são as que permanecem no repertório dos shows. Merecidamente, aliás, pois posso afirmar por experiência própria que não importa o quão cansado você esteja, nem quanto álcool tenha consumido, essas duas músicas, geralmente executadas juntas no final do bis, são capazes de lhe arrancar qualquer resquício de energia para agredir as vertebras do pescoço.
O outro grande diferencial dessa fase da banda, e que poderia ser mantido até os dias atuais com doses homeopáticas, era a divisão dos vocais entre as músicas. Mille canta cinco das dez músicas e Ventor as outras cinco. No disco seguinte essa proporção já seria reduzida e, no terceiro álbum, completamente deixada de lado. É uma pena, porque eu gostava bastante das performances de Ventor, que tinha uma vocalização mais brutal, um pré-gutural, digamos, ao contrário de Mille, que cantava suas faixas com um timbre mais rasgado, quase viperino. Ao longo do tempo, Mille dominou completamente os vocais e modificou sua forma de cantar, estabelecendo o padrão definitivo para o estilo Kreator de fazer metal, mas se Ventor continuasse se aventurando em uma faixa aqui e outra acolá, seria um bônus deveras interessante para o perfil do grupo.
Entre as músicas ainda não citadas, vale destacar a faixa Cry War, também comandada por Ventor. As demais, como Bone Breaker, Son of Evil e as restantes mantém o padrão de agressividade e soco na cara que permeia todo o disco. Nada mal para uma banda que acreditava que esse seria o único disco que conseguiriam gravar e, hoje, está merecidamente entre as mais importantes e influentes que já existiram, sendo headliners de festivais e ocupando, merecidamente, a posição de destaque que tem no thrash metal, na Alemanha e no mundo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

TOP 5 DISCOS DO NAPALM DEATH

1º Harmony corruption
2º Utopia banished
3º From enslavement to obliteration
4º Enemy of the music business
5º Diatribes

domingo, 11 de janeiro de 2015




TWISTED SISTER - YOU CAN´T STOP ROCK´N´ROLL

Eu não sou saudosista do vinil. Prefiro o som e a praticidade do cd. Mas sou saudosista, e muito, das capas do vinil. O manuseio e a contemplação de capas e encartes é uma experiência  que, pelo menos para mim, consegue por vezes ampliar ou reduzir o prazer da audição das músicas. Em alguns casos, a capa sozinha já ajudava a vender o disco. Como no caso do disco aqui colocado: você via na prateleira a imagem enorme de um TS feito de ferro e o mais que inspirado título “você não pode parar o rock´n´roll”, e a vontade de levar o álbum para casa já era instantânea. Aquele TS transmitia uma idéia de peso tão forte que você sentia que precisaria segurar o disco firmemente, com as duas mãos, para poder sustentá-lo. Felizmente, o conteúdo sonoro que aquele invólucro continha era tão bom que a sua aquisição era quase obrigatória, independente da embalagem.
Under the Blade, primeiro disco da banda, ainda é o meu preferido, mas, quando se trata de Twisted Sister, essas questões de preferência ou de qual disco/música é melhor, são muito tênues. No Twisted Sister, principalmente nos quatro primeiros álbuns, que mantiveram a formação clássica, tudo é nivelado por cima! Esse segundo disco começa bem, com duas músicas midtempo na abertura para, na sequência, dar uma acelerada com Ride to Live, Live to Ride, seguida pelo hino de autoafirmação I Am (I’m Me). Nesta última e em I’ve Had Enough, transparece uma determinada característica da banda que é a execução de solos feitos em cima da melodia da música, reproduzindo a mesma. Algo que nas mãos de muitos poderia ser uma saída simplória, funciona soberbamente quando feita pela dupla de guitarristas Eddie Ojeda e Jay Jay French.
Um dos grandes trunfos do Twisted Sister é que as músicas, todas compostas por Dee Snider, passam bem longe de qualquer postura derrotista ou lamurienta, que é a base da carreira de tantos outros artistas. As letras de Dee geralmente são sobre imposições positivas: eu posso, eu vou, eu quero, eu sou, ou nós podemos, nós vamos, etc. Nada poderia ser mais congruente com a atitude de uma banda que realmente dá o sangue no palco, capitaneada por um artista tão autêntico quanto inteligente e, cujo talento como compositor, salta aos olhos também na diversidade de sua obra, com a criação de canções absolutamente diferentes umas das outras, em termos de condução, mas que não deixam que se perca a identidade da banda no processo. Nesse álbum, as faixas vão desde as mais rápidas como The Power and the Glory, que, antes de acelerar, começa em ritmo compassado, com a marcação do espancador de contrabaixos, Mark Mendoza, até as baladas na linha de You’re not Alone (Suzette´s Song), sendo que, quando se fala em baladas do Twisted Sister, deve se pensar em músicas leves, alegres, longe do clima solene ou demasiadamente romântico que é, por vezes, associado a esse tipo de composição. A referida balada é a penultima faixa do disco e está no ponto intermediário entre a agressividade de I´ll Take You Alive e a palavra de ordem em forma de música: You Can´t Stop Rock´n´Roll. Essa música sabiamente encerra os shows da banda porque, pensando bem, o que tocar depois da catarse coletiva que a mesma provoca. O refrão poderoso onde cada palavra é devidamente, individualmente, pronunciada, acrescenta uma ênfase absurda para a mensagem transmitida. Você – não – pode – parar – o – rock´n´roll.
Ninguém pode parar o rock´n´roll.
Portanto, nem tente, pois não existe objeto inamovível que faça frente a essa força irresistível, mas, se você pensa que pode fazê-lo, fique à vontade. Assuma os seus riscos e diga isso na cara do Dee Snider.
Ou do Mark Mendoza.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

TOP 5 DISCOS DO AC/DC

Let there be rock
Powerage
Highway to hell
Back in Black
Flick of the switch

domingo, 4 de janeiro de 2015




PINK FLOYD - THE WALL

Lá nos primórdios de minha paixão por música – e dá pra tranquilamente substituir a palavra “música” por ”heavy metal”, pois era tudo que eu ouvia e foi quando a música passou a ser realmente algo importante para mim  – um grupo de amigos inventou de passar um carnaval acampado na praia. Facilitou muuuuito a vida da gente o fato de, na tal praia, ter uma barraca - ou boteco, sei lá - de frente para o mar, onde dava pra tomar café da manhã. De uma forma meio precária, mas dava. Eu não me lembro se era alguém do grupo que levava as fitas pra tocar no som da barraca ou se elas eram do proprietário da mesma, mas sei bem que rolava constantemente Led Zeppelin e Pink Floyd. Do Zeppelin, não consigo me recordar qual era o disco, mas do Floyd eu nunca vou esquecer: era o The Wall.
Como foi dito, eu nunca tinha ouvido Pink Floyd antes. Eu só escutava heavy metal. Beatles, Stones e quetais só vieram a me despertar interesse bem depois que eu já estava íntimo de Slayer, Venom e Metallica. Sim, é claro que eu já conhecia a música Another Brick in the Wall, mas é porque ela sempre tocava no rádio. Daí, o fato do Floyd ter chamado mais a minha atenção do que o Led Zepellin, naquele momento. A linguagem musical era mais estranha para mim, requeria um pouco mais de atenção para ser absorvida por meus ouvidos doutrinados por outro tipo de batida. Era uma música hipnótica e diversas coisas aconteciam ao seu redor. Explosões, helicópteros, gente conversando, telefones, gritos, tudo emoldurando as músicas, ampliando a sensação onírica que a obra do Pink Floyd transmite. Roger Waters não é nenhum virtuoso do baixo, mas é um compositor extraordinário. Sua posição na banda tem paralelo com o status de Pete Townshend no Who: não é o músico mais habilidoso do quarteto, mas é o motor criativo. No Floyd, as ideias de Waters eram ampliadas pelas performances de Nick Mason e – em maior grau – David Gilmour e Richard Wright. Esses dois últimos conseguiam elevar a fusão de beleza e escuridão que caracteriza a música da banda. Comfortably Numb, uma das melhores faixas do disco e de toda a carreira do Pink Floyd traz, em seu título, a melhor definição para as impressões transmitidas pela audição de seus discos. Não é por acaso que um dos solos mais conhecidos de David Gilmour está justamente nela.
E Comfortably é apenas a cereja do bolo. A coleção de canções de The Wall deixa transparecer os motivos pelos quais esse disco, juntamente com The Dark Side of the Moon, consegue se sustentar em uma apresentação apenas com suas faixas. Não dá pra se satisfazer menos com uma sequência com pérolas como In the Flesh, Mother, Hey You, Run Like Hell, Young Lust, Nobody Home e a já mencionada Another Brick in the Wall, cujas levadas de guitarra e baixo tem uma inusitada proximidade com a black music.

A palavra viagem, tão banalmente utilizada quando se fala de rock progressivo, teve uma definição mais exata para mim a partir daquele momento. Foi-me aberto o interesse por um novo campo musical, um novo universo para ser explorado, com inúmeras bandas para conhecer, das quais eu apenas ouvia falar, tais qual Jethro Tull, Yes, Marillion, etc.  Alguns dias depois de ter retornado do carnaval, eu me dirigia para as lojas de discos do centro da cidade, procurando novas coisas do Pink Floyd. Tinha um disco com uma capa bem interessante, com um porco voando, mas isso já é outra história...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015




SKID ROW – SLAVE TO THE GRIND

Eu não dei muita atenção ao Skid Row, quando eles lançaram o seu primeiro álbum. Aliás, até hoje, ainda não dou tanta atenção a esse disco. Ouvi-o esporadicamente, aqui e ali, ao longo dos anos, mas, quando muito, apenas arrancou de mim a impressão de ser interessante.
Com Slave to the Grind, porém, a reação foi bem diferente. Lembro-me que o disco foi lançado com uma campanha midiática bem forte. O primeiro, pelo bem ou pelo mal, fez muito sucesso e gerou expectativas para o seu sucessor. Slave já chamava a atenção pela capa, bem chamativa, e o falatório gerado acabou me despertando a curiosidade em escutar o mesmo.
Logo no começo, o disco parece ser promissor. Monkey Business, boa música, com guitarras fortes, talvez o trabalho seja ok, no fim das contas. Massss.... na segunda música, a faixa-titulo, a coisa muda de figura! É o disco certo que está tocando? Isso é o Skid Row??? Um riff de guitarra muito pesado, forte como um martelo, em sintonia com a levada de bateria. Uma faixa antológica, rápida e agressiva com a banda inteira se esmerando em apresentar não apenas uma música, mas um autêntico clássico do heavy metal!!! Slave to the Grind é, para mim, não apenas o ponto mais forte do álbum, mas o ápice de tudo o que a banda fez em seus anos com Sebastian Bach. Esse, por sinal, apesar de ser muito criticado, principalmente e curiosamente por gente que sequer já o ouviu cantar, está aqui no auge de sua performance. Não é o melhor cantor do mundo, claro, e nem é a melhor banda do mundo, mas quem disse que precisa ser? Isso é hard rock, é heavy metal, e o que precisa é ter punch!
Há um pouco de exagero no fato de ter três baladas em um disco de doze faixas, mas pelo menos essas não chegam a comprometer o resultado, estando bem longe de qualquer overdose de sacarose e a sua distribuição, dentro da sequência de músicas, deixa mais bem dosada a dinâmica do disco, sendo que Quicksand Jesus  me soa como a melhor entre elas, com um andamento mais forte.
Nas faixas The Threat e Psycho Love, dá pra notar, guardadas as devidas diferenças entre as bandas comparadas, que o Skid Row estava sintonizado com o metal em voga no começo da década de 90, pois percebe-se algumas leves semelhanças com o que o Pantera já estava fazendo em Cowboys from Hell. Por outro lado, Get the Fuck Out e Riot Act já trafegam no estilo “punk rock com solos de guitarra” que a banda praticava, evidenciando as influências do baixista Rachel Bolan, fundador e principal compositor da banda, junto com o parceiro e guitarrista Dave Sabo.

A intransigência mantida pelos dois lados restantes pós-separação, Skid Row e Sebastian Bach, não é benéfica para ninguém, visto que nenhuma das partes nunca mais conseguiu lançar nada que fosse tão relevante quanto o foi o Slave to the Grind. A banda, reunida, ainda teria potencial para produzir bons resultados, mas, para tanto, também seria necessário que fosse vencida a má-vontade do público de heavy metal, cuja postura “não ouvi e não gostei” foi um dos estopins que levaram uma banda iniciante, com bastante potencial, para a sua prematura derrocada. Slave to the Grind, porém, permanecerá na história como um dos melhores discos dos anos noventa.