sexta-feira, 31 de julho de 2015



TAURUS - SIGNO DE TAURUS

Dorsal, Vulcano, Centúrias, Sepultura, Chakal, Korzus, Viper: todas essas bandas lançaram discos essenciais para mim. Mas, quando eu conecto as palavras DISCO e PERFEITO, a imagem imediata que me ocorre, no metal nacional, é a do primeiro álbum do Taurus. A vibração que esse disco passa consegue ser a mesma, apesar de passados 28 anos de seu lançamento.
A perfeição da obra estava presente no pacote completo: produção, capa, encarte, fotos, letras, tudo feito com um esmero que os demais lançamentos nacionais, no ano de 1986, ainda estavam tentando alcançar. Recentemente a banda voltou à ativa, contando novamente com os vocais de Otávio e lançando um novo disco, resgatando as letras em português.
Dos fatores acima, a produção era o que saltava à cara de forma mais imediata. Discos desbravadores estavam sendo produzidos em nossa pátria, mas, em sua grande maioria, tinham um som um pouco abafado, sem brilho. Para uma cena que vivia seus primeiros anos, esse era um detalhe absorvido com naturalidade. Era assim que as coisas eram, mas não era assim que as coisas sempre deveriam ser. Um disco nacional, que fosse apresentado com mais apuro, chamaria inevitavelmente uma atenção maior. Ser independente, afinal, nunca foi sinônimo de desleixo.
Sem falar, também,  que o momento da estréia é crucial para um conjunto. É uma cartada, por vezes, definitiva e, quando realizada de modo preciso, marca definitivamente o seu nome na história. Foi o que aconteceu com o Taurus.
Após a instigante introdução, a primeira música, Mundo em Alerta, demonstra o quão especial será o que está por vir. Bases com guitarras rápidas e secas. Riffs simples, mas tocados com distorção e carisma, como deveria sempre ser. Uma letra falando sobre o terceiro Reich, valorizada pelo vocal agudo. A música que se segue, Massacre, virou um clássico definitivo. A letra fala de paixão por heavy metal, mas a vibração e a autenticidade que caracterizam a composição é tanta que sobrepõe qualquer risco de que a mesma pudesse soar datada. Muito pelo contrário: o Taurus não pode, em hipótese alguma, subir em um palco sem tocar essa faixa!
Império Humano se destaca por ser conduzida, em sua maior parte, pelo som do baixo tocado por Jean, que completava a formação junto com os irmãos Cláudio e Sérgio Bezz, guitarra e bateria, respectivamente. Batalha Final é outra excelente canção, mas eu vou passar logo para a pérola  reluzente do álbum: a música que fala sobre um chacal chamado Damieeeeeennnn!!!!!
Essa é o momento mais thrash do disco e não poderia ser de outra forma para referenciar uma das mais clássicas obras de horror já publicadas, A Profecia. Damien era aquela faixa que, quando terminava, eu voltava para o começo, e de novo, e de novo. Ainda hoje, uma das minhas músicas preferidas de todo o metal nacional, e eu não me canso de ouvir, pois ela – como todo o disco, afinal – não envelhece. Continua com a potência de um golpe preciso.
Concluindo o trabalho, seguem-se Rebelião dos Mortos, de levada mais cadenciada e com uns backing vocals que lembram um pouco o Exodus, e Falsos Comandos, mais rápida, com uma levada perfeita para cumprir o dever de encerrar o disco.

Sem desmerecer a qualidade dos álbuns gravados em inglês, é certo que o impacto dessa estréia, bem como o ótimo disco de retorno, Fissura, mostram que o Taurus é um capítulo à parte na história do metal nacional, mas, por outro lado, seria impreciso dizer que a banda teria tido melhor sorte ou destaque caso não tivesse sofrido mudança de formação ou tivesse permanecido cantando em inglês. Estamos falando de METAL no BRASIL e, se isso já é um mercado impreciso no resto do mundo, aqui nem se fala. Mas não importa, nunca importou. Eles voltaram porque acharam que seriam um estouro de vendas, que iria garantir a aposentadoria? É claro que não. Eles voltaram porque a paixão pela música sempre será incompatível com o estado de repouso.

sábado, 25 de julho de 2015



CANNIBAL CORPSE – EVISCERATION PLAGUE

É mais do que compreensível que, quem nunca ouviu heavy metal, ou mesmo quem transita apenas pelo lados mais tradicionais do estilo, associe o som do Cannibal Corpse com simples barulho. Ledo engano, porém, pois nada pode estar mais distante da realidade. O Cannibal Corpse é uma banda muito, muito técnica. Alex Webster, o principal compositor, é, tranquilamente, um dos baixistas mais impressionantes em atividade. O x da questão é que toda a técnica que os músicos possuem está completamente voltada para a brutalidade. Não tem riffs básicos, não tem linhas de baixo retas, mas tudo está envolvido em uma execução que desafia os extremos.
Provavelmente eu seja uma das poucas pessoas que preferem mais a fase atual do que os primeiros trabalhos com Chris Barnes nos vocais. Novamente vem à tona a questão da técnica, pois o Cannibal avançou muito nesses termos, sem falar também na produção mais crua do começo, acabando por me cativar mais pelo que eles fazem hoje em dia. E quando consideramos que a saída de Chris deu ao mundo o Six Feet Under, além da perfeita integração de George Fisher ao Cannibal, foi melhor pra todos, músicos e fãs, que tenha ocorrido dessa forma.
Esse álbum é o segundo gerado pela formação que se estabilizou a partir do ano de 2006. E já a partir da primeira faixa, Priests of Sodom, você é apresentado a tudo que eles oferecem. Logo nos primeiros segundos de música, ao ser submetido à sensação de ter uma britadeira martelando no centro da testa, você já terá condições de decidir se abraçará ou rejeitará a proposta musical que lhe surge. O death metal praticado pelo quinteto, representa com muitos méritos a geração que assumiu o estilo no começo da década de 90. Dentre seus pares mais conhecidos, o grupo também pode ser apontado como o que menos se aventurou em mudanças, sejam sonoras ou de imagem. As capas dos álbuns, com suas imagens que extrapolam o grotesco, estão aí para comprovar isso. Toda essa regularidade colocou-os, merecidamente, no posto de maior vendedor de discos dentro de seu nicho.
Músicas como Scalding Hail e Carnivorous Swarm são outros exemplos da técnica impressionante que os músicos detém, aplicada à velocidade da luz e com temas sempre na linha dos mais sanguinolentos contos de horror. Felizmente, porém, tocar rápido é uma opção, pois nos momentos em que eles empurram o pé no freio também criam músicas sensacionais, como A Cauldron of Hate e, principalmente, a faixa-título, Evisceration Plague, de longe uma das minhas favoritas de toda a discografia do conjunto.
Beheading and Burning e To Decompose também merecem ser citadas como destaques do disco. É claro que esse não é um álbum de fácil audição. O death metal não surgiu para ser acessível. Ele surgiu para desafiar o senso comum e manter-se à margem de qualquer zona de conforto. Então, se você não detém predisposição para percorrer essas seara, é melhor manter-se distante de bandas como o Cannibal Corpse. De minha parte, fico feliz por eles existirem. O melhor de todos os cenários é aquele em que eu posso transitar do mais tradicional metal setentista até o death ou o grindcore, e usufruir de todos os graus intervalares que compõem esse negócio chamado heavy metal. E o Cannibal Corpse é o meu parâmetro de direção a ser seguida quando estou na vibe da performance extrema.



sábado, 18 de julho de 2015






JANIS JOPLIN – PEARL

Na medida do possível, eu tento escrever essas linhas mantendo o meu lado de fã em modo de suspensão. Na medida do possível, porque tem vezes que não dá pra conter a paixão e deixar de mandar a imparcialidade para o inferno! Janis Joplin foi, é e sempre será a maior cantora que já passou por esse mundo. E nem quero que me falem em Doro, Tarja, Adele, Amy, ou seja lá quem for: todas essas ainda precisam comer muito feijão para poder calçar os sapatos de minha querida, eterna Janis Joplin.
Além de que Janis também fez cair por terra essas idéias de que, para ter uma boa voz, é necessário sei lá quantos cuidados, porque, todo mundo sabe, ela tinha uma vida pra lá de desregrada. Até quando um fator iria entrar em colisão com o outro, nós não sabemos, pois o tempo não nos permitiu acompanhar essa evolução.
Pearl, o último disco de uma carreira curtíssima, foi lançado postumamente, mas registrou a performance da artista em seu auge. O clássico dos clássicos, Mercedes Benz, traz a mesma praticamente à capela e basta. Não falta nada, é uma música completa e foi suficiente apenas o registro vocal para imortalizá-la.
Move Over, a música que abre o disco, é uma das poucas canções originalmente compostas por Janis e a sua leve inclinação para o hard rock demonstra que a cantora estava sintonizada com o que estava acontecendo ao seu redor. Quando eu ouço essa música, consigo, sem esforço, imaginá-la sendo interpretada pelo Deep Purple em sua primeira fase com Ian Gillan, que naquele mesmo ano de 1971 estava lançando seu álbum Fireball.
Não poderia haver melhor forma de começar a obra, mas a paixão de Janis sempre foi primordialmente o blues, e a faixa seguinte, Cry Baby, traz uma interpretação explosiva da mesma. Poucas vezes a gente tem a oportunidade de presenciar tanta entrega, tanta emoção em uma música. Tal qual ocorre também em A Woman Left Lonely e, a não ser que você seja abstêmio, não existe outra justificativa para não servir uma dose generosa de bourbon durante a audição dessa faixa. O restante do disco, porém, segue por músicas bem radiofônicas, sempre lembrando que esse já foi, um dia, um meio de divulgação artística mais abrangente em suas propostas. Logo, canções como My Baby, Half Moon e Trust Me transitam nesse tênue espaço, nessa arte meio perdida em que uma canção poderia ser popular sem que para isso também fosse simplória. Por fim, considerando que Janis era texana, não é de se estranhar a presença de uma faixa mais chegada para o country, como Me And Bobby McGee, outro grande clássico, desta feita composto pelo músico e ator Kris Kristofferson, e que tem uma linha de baixo bem marcante.
A palavra pérola, que nomeia o álbum, representa cada trecho de música nele contido. Cada música que Janis gravou é uma metáfora sonora para sua trajetória. Muita emoção concentrada em pouco tempo. Muito lamento pelo que ela não fez, muita carência pelo que ela não gravou, muita especulação pelo que ela poderia ter sido, até onde poderia ter chegado. Acima de tudo, muita saudade, da estrela que encarnou o blues de forma tão definitiva que, até hoje, não foi superada. E o tempo continua a passar...

sábado, 11 de julho de 2015






JUDAS PRIEST - NOSTRADAMUS

É extremamente fácil, hoje em dia, o sujeito dizer que não gosta de um disco. Existe música demais, disponível demais, e então, naquele determinado momento, faz-se uma audição de um trabalho que não agrada de imediato. Em tempos idos, quando o acesso à música não era tão facilitado como é atualmente, comprava-se um disco e ouvia-se várias e várias vezes, mesmo que não tivesse gostado de primeira, porque alguém dificilmente teria um acervo grande e variado o suficiente para poder se dar ao luxo de escantear rapidamente uma nova aquisição. Hoje, porém, ....
Hoje, ninguém quer se dar ao trabalho de ouvir e reouvir e reouvir um disco. Se não foi assimilado logo, tem outras coisas à disposição e, para piorar ainda mais, o tal disco que não foi imediatamente aceito é duplo. Ou seja, exige mais tempo, e tempo é algo que as pessoas não estão querendo mais dedicar à pura fruição de música. Muitas obras podem se perder nessa premissa, pois existem discos que necessitam de audições adicionais para serem plenamente absorvidos.
Nostradamus, disco conceitual lançado pelo Judas Priest, é um que foi recebido com má vontade por muita gente, antes que assimilado ou sequer escutado. Foi rapidamente taxado de progressivo, reclamaram por ter vinhetas entre as músicas, sem que, nenhuma dessas coisas, por si só, deprecie o trabalho. Tem vinhetas? Tem. Mas essas vinhetas são também pequenas músicas, cantadas ou instrumentais. Bem diferente do que o Manowar, por exemplo, fez no disco também conceitual que foi lançado mais ou menos na mesma época, Gods of War. Ali, as vinhetas eram sons de batalha, de cavalgada ou de discursos vikings, algumas mais extensas do que deveriam ser. No caso do Judas, as tais vinhetas, ou, melhor dizendo, intervenções, são passagens melódicas que interligam a narração e servem também para que a voz de Rob Halford seja mais bem apreciada. Rob, reconheça-se, já não tem mais o desempenho de sua juventude, mas os anos não estão pesando tanto para ele. Ainda é um intérprete fenomenal.
Soar progressivo, em momento nenhum, me parece ser o problema. Quem entende que a inserção de passagens mais suaves ou climáticas seja um equívoco cometido pela banda, então, por favor, tente desconsiderar o que eles fizeram no período entre os álbuns Rocka Rolla e Stained Class, que estão repletos de momentos assim. Nostradamus é um disco que eu realmente adoro e, ao meu ver, ele se legitima em tudo que a banda já fez em sua discografia.
Prophecy, a primeira grande faixa do álbum, após a abertura Dawn of Creation, é puro Judas Priest. Empolgante e bombástica, com Halford à frente e a dupla de guitarristas siameses, Tipton e Downing, fazendo o espetáculo de sempre, em bases e solos, com o mesmo punch e a mesma assinatura sonora que os tornou um dos principais duos do heavy metal, com a solidez tradicional já escancarada logo na primeira melodia dobrada.
Revelations é uma música mediana, mas o acompanhamento feito por Scott Travis se destaca nela, além do excelente refrão. Refrões, por sinal, são um dos pontos fortes desse disco: outras faixas, como Exiled e Visions, iniciam dando a entender que não são canções que irão deslanchar, mas, quando entram os seus refrões tudo muda! New Beginnings quase que poderia ser outra a se juntar à descrição dessas, mas ela tem o bônus de trazer alguns momentos que remetem ao Pink Floyd, principalmente nas guitarras, o que leva a canção para outro nível.
Se essas músicas se salvam por esses detalhes, o mesmo não posso dizer de War. Essa é a faixa menos interessante. Tem um andamento grandioso, mas está aquém das demais. E as demais estão entre o melhor que a banda já produziu, como Pestilence and Plague, onde Rob canta parte da letra em italiano, como a balada Lost Love, como a faixa Death, com seu clima tenebroso, e como as excelentes Conquest, Alone e Persecution.
Nostradamus, penúltima música, é marcante e dinâmica. Poderia perfeitamente encerrar o disco, e o faria em grande estilo, como se fosse o clímax, mas Future of Mankind assume essa função, como se fosse os créditos finais de um filme, arrebatando uma grande obra, marcante para a banda não apenas pelo desafio inédito em sua carreira, mas também por conter as últimas notas gravadas por KK Downing com o conjunto, e eu fico satisfeito que ele tenha concluído sua trajetória com esse álbum. Se, no futuro, Nostradamus vai, ou não, receber o status de clássico, pouco importa. O que importa é que ele, como trabalho artístico, vai além da mera contemplatividade, gerando reações e interpretações, da mesma forma que se poderia obter da leitura das centúrias do profeta francês.

sábado, 4 de julho de 2015











SIGUR ROS - Ágætis Byrjun

Toda a produção de ficção científica é calcada, pura e simplesmente, na história e na realidade. Não há como a mente humana gerar algo que seja absolutamente alienígena. Tudo não passa da interpretação exagerada de costumes, roupas, arquitetura e demais pontos característicos de culturas - sob o ponto de vista do observador - exóticas (sem falar na antropomorfização de aspectos animais e vegetais).
Esse pequeno preâmbulo é apenas para que eu possa tentar explicar um pouco do estranhamento que tive ao ouvir o Sigur Rós pela primeira vez. Aquele sotaque e aquelas letras, com estruturas fonéticas tão estranhas para os ouvidos mais acostumados com as frases concebidas em língua inglesa e línguas latinas, chamam imediatamente a atenção para o inusitado. Soam, de certa forma, alienígenas. Mesmo canções em idiomas árabes, orientais ou da Alemanha parecem ser mais naturais aos nossos ouvidos, talvez por conta da forte presença desses povos em nosso país, mas a Islândia, nação de origem da banda, permanece como um lugar sobre o qual deveriamos aprender mais. Trata-se de um país nórdico insular, distante e isolado, com paisagens de desertos gelados e geiseres ativos, e, quando visualizamos as imagens desses locais, percebemos que aquele meio ambiente influencia fortemente a forma como a música soa. As canções transmitem uma dose de melancolia tão associada a regiões frias quanto o reggae, por exemplo, pode ser associado a climas mais quentes. O sotaque em que as canções são entoadas, conforme já foi dito, pode até inicialmente causar uma distração da parte instrumental, mas não tarda para que essa também venha a lhe instigar, pela sua peculiaridade. Uma música como a faixa Svefn-G-Englar consegue lhe absorver plenamente, ao tempo em que lhe passa aquela sensação de estar tentando correr na água ou se movendo em um sonho. As próprias letras reforçam a sensação onírica, sendo bastante poéticas e casando perfeitamente com as melodias.
Apesar de ter bastante personalidade, em momentos esparsos do disco eu percebi semelhanças com algumas coisas feitas pelo Smashing Pumpkins (como em Staralfur), e, em outros momentos, era lembrado de um ou outro trecho mais climático do The Wall, do Pink Floyd (como em Hjartad Hamast). Como esse é o segundo disco da banda, me parece que o estilo do conjunto ainda estava em desenvolvimento, tanto que em álbuns seguintes eu já não consegui mais fazer essas associações de semelhança, reconhecendo-os apenas pelo estilo Sigur Rós de fazer música. E, para tentar situar quem nunca ouviu nada do conjunto, eu imagino que eles se encaixam mais apropriadamente no nicho do rock progressivo, embora a palavra “rock” caiba aqui apenas pela utilização convencional do termo. Eles, em muitos momento, irão resvalar no terreno da música ambiente. Uma faixa como Ný Batterí, cuja segunda parte é marcada por uma levada de bateria, transita entre esses dois mundos: o progressivo e o ambiente. E que fique claro que a tal levada não é algo com batidas de  impacto evidente, mas, no contexto completo do disco, a sua simples presença já surge como fator de destaque, fazendo uma pequena quebra na suavidade densa do som.
Enfim, é um disco MUITO bom e MUITO interessante, mas caso queira conhecê-lo, que fique claro: não é música para acompanhar com braços erguidos e palmas, não é música para pisar no acelerador do carro, não é música para embalar o bate-papo enquanto toma cerveja, embora, caso se queira, nada impede ninguém de fazê-lo. Pessoalmente, creio que ela seja mais adequada para a contemplação, o momento de sossego, ou para acompanhar a leitura de um livro. Talvez, um de ficção científica.