tag:blogger.com,1999:blog-73920987066594326932024-02-06T23:56:12.118-08:00ROL DE ROCKAnderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.comBlogger102125tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-17290481763199609782017-03-29T05:02:00.001-07:002017-03-29T05:04:55.703-07:00 <img alt="Resultado de imagem para soul inside silence" class="irc_mi" height="520" src="https://3.bp.blogspot.com/-cKiG0XqecXE/WDNZCYo7QiI/AAAAAAAAB-E/S1vHLXdJ2sI-_Nw7KmYy4854kXp-9d6-wCPcB/s1600/Soul%2BInside%2B-%2BNo%2BMore%2BLies.jpg" style="margin-top: 0px;" width="520" /><br />
SOUL INSIDE – NO MORE SILENCE<br />
<div class="MsoNormal">
Dentro dessa miríade de subdivisões que partem da árvore
chamada Heavy Metal, o Thrash e o Death são dois dos principais troncos,
nascidos quase que simultaneamente e responsáveis, cada um, por uma infinidade
de outros ramos.</div>
<div class="MsoNormal">
Era natural que, em algum momento, esses dois gêneros, em
suas formas mais puras, se entrelaçassem e gerassem um amálgama perfeito. Duas
vertentes extremas que, juntas, mantém suas características básicas e se
beneficiam do que podem absorver uma da outra. As bandas que abraçam essa fusão
têm apresentado alguns dos melhores trabalhos de tempos mais recentes.</div>
<div class="MsoNormal">
O Soul Inside, banda da cidade mineira de Lavras, que tem a
estratégica vantagem de estar situada nas proximidades de São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte, navega nessa linha, efetuando uma música forte e
moderna, sem resquícios de fórmulas saturadas dos subestilos que aborda. Em
termos de referência, sua pegada remete ao Death Metal das bandas inglesas do
começo dos anos noventa, sendo o Benediction o nome que mais facilmente
poderíamos associar.</div>
<div class="MsoNormal">
Tendo à frente o baixista e vocalista Bruno de Carvalho, o
grupo lançou o seu primeiro álbum, “No More Silence” em 2016, onde apresenta
oito faixas com qualidade e diversidade de conteúdo lírico, indo desde a
manipulação religiosa até o mundo dos pesadelos, desde a revolta urbana até os
malefícios das mentiras. A primeira faixa, “Child Of War”, sobre a criança
nascida no campo de batalha, a quem a infância foi negada, já apresenta de
imediato muito do que iremos encontrar ao longo de todo o disco e, necessário
dizer, um pequeno detalhe que precisa ser melhor trabalhado.</div>
<div class="MsoNormal">
A gravação está um primor, com tudo bem alto. A bateria de
Renan Seabra surge bem evidente, com batidas firmes, dividindo a atenção com as
guitarras de Beto Siqueira e Eduardo Petrini, em uma musicalidade de ritmo duro
e forte, sobre a qual cai adequadamente o vocal gutural de Bruno de Carvalho,
que não se furta de utilizar tons mais rasgados quando necessário. Chama
atenção a qualidade das composições e a maneira natural como a banda flui sobre
as mudanças de riffs ou de andamento, transitando de uma pra outra com extrema
facilidade. Da mesma forma, é a inserção dos solos de Eduardo Petrini,
encaixados em momentos específicos das músicas, deixando os arranjos mais ágeis
e dinâmicos, pondo de lado a saturada prática de separar um momento delimitado
para o solo.</div>
<div class="MsoNormal">
Essas são características que serão percebidas em toda a
audição, com músicas como “Again The Nightmare” se destacando com o seu riff marcante,
ou em “Life Of Lies” com sua bem amarrada sequência final. E é justamente em
finais que a banda tem pecado um pouco. Eu não sou muito fã de fades out, mas o
da primeira faixas, “Child Of War”, é muito súbito. E assim tem sido com outras
das músicas, que terminam muito abruptamente, como também podemos perceber em
“The Killer Inside”. Isso, é claro, embora possa ser revisto, é um detalhe
pormenor, que não irá impactar na fruição do álbum, que, repita-se, é de
excelência acima da média e deve ser conhecido por quem quer que esteja
procurando música pesada de verdade, sem concessões, sem hesitações.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-17415405176285395332017-03-16T18:59:00.002-07:002017-03-16T19:02:43.408-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyHCQt4lregqNWfqqffp38wn14woSZY5RS4DvzGLiWTau1lkqPAk_Qg5JXabCn2dpoGlcme-iJ7A4MG11tbUaR_BgmiboWeThs0WQCB8Vu2f0RJ_jiVwYVFaa9X0nUf8Sikd074tWq2_En/s1600/04-Concept-of-Hate.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyHCQt4lregqNWfqqffp38wn14woSZY5RS4DvzGLiWTau1lkqPAk_Qg5JXabCn2dpoGlcme-iJ7A4MG11tbUaR_BgmiboWeThs0WQCB8Vu2f0RJ_jiVwYVFaa9X0nUf8Sikd074tWq2_En/s320/04-Concept-of-Hate.png" width="320" /></a></div>
<br />
CONCEPT OF HATE - BLACK STRIPE POISON<br />
<div class="MsoNormal">
Guitarra, baixo, bateria e vocal. Essa é, provavelmente, a
melhor composição que uma banda pode ter. O básico para gerar barulho, com cada
um executando a sua parte, tabelando com os demais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando pegamos um disco de uma banda que traz, em seu nome,
a palavra “hate”, não nos sobra muita margem de dúvida sobre o que iremos
escutar, e o Concept Of Hate não decepciona. É o metal grooveado que fez escola
nos anos noventa, com bastante influência de Pantera e Sepultura, embora, em
relação a esse último, a proximidade de estilo esteja mais alinhada,
provavelmente, com o que vem fazendo o Cavalera Conspiracy.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando a primeira faixa, “Black Stripe Posion”, que dá nome
ao EP, começa a tocar, percebe-se de imediato uma banda segura na execução das
músicas. A capa do disco, que traz um desenho muito bem feito, em preto e
branco, tira qualquer dúvida sobre o que seria o tal black stripe poison,
fazendo referência ao consumo desordenado de remédios de tarja preta, e já
esclarecendo de imediato que, a vida real, é a fonte de inspiração para as
letras de suas canções. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A segunda faixa, “In Human Nature” foi inteligentemente
colocada nessa sequência, pois sua rapidez faz com que o disco vá evoluindo em
dinâmica e, é bom aconselhar: se você estiver em uma apresentação da banda
durante a execução dessa música, ou você se afasta ou se prepara para a
quebradeira na roda de mosh, pois a música é um convite explícito para que o
público enlouqueça!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
“Chaospiracy”, com seu andamento mais moderado, lhe dará a
falsa sensação de repouso, mas não se engane: é uma música pesadíssima, que faz
o seu pescoço se mover sozinho, acompanhando seu ritmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nesse ponto do álbum, já deu para ficar claro que um dos
pontos fortes da banda é o duo da cozinha formada pelo baixista Rafael Biebrach
e o baterista Takashi Maruyama, segurando com precisão a base das músicas, que,
por serem curtas, sem enrolação, na faixa de três ou quatro minutos cada, fazem
com que o cd termine muito rápido. “Sanity Is Not An Opinion”, a última, fecha
trazendo novamente uma pegada mais rápida e o riff de seu refrão faz com que
nos lembremos das bases que o Anthrax costuma executar.</div>
<div class="MsoNormal">
Tendo nascido em Santo André, no estado de São Paulo, e
complementada por Flavio Giraldelli, no vocal, e Daniel Pereira, na guitarra, o
“Conceito de Ódio” ainda tem mais músicas em seu repertório que necessitam, e
assim esperamos, ser registradas logo, mas esse primeiro EP já é um excelente
ponto de partida para que possamos esclarecer, para o resto do mundo, do que se
trata esse conceito! <o:p></o:p></div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-41896385769516130182016-11-19T03:58:00.002-08:002016-11-19T04:01:04.675-08:00<img alt="Imagem relacionada" class="irc_mi ij8X9B1rCle4-pQOPx8XEepE" src="http://vinylgold.pl/3076-4773-thickbox/very-eavy-very-umble.jpg" height="500" style="background-color: white; margin-top: 10px;" width="500" /><br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: transparent;">URIAH HEEP - VERY EAVY VERY UMBLE</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Quando éramos mais jovens, com poucos recursos financeiros e mais tempo
para dedicar a cada disco que adquiriamos, por vezes éramos marcados pelo
contato musical associando-o a algum fator externo. No caso do primeiro disco
do Uriah Heep, trouxe-o para casa e coloquei-o no toca-discos em um dia
chuvoso. Sempre que o reescuto, portanto, sou acometido pela lembrança de um
clima nublado e a claridade solar esvanece. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Caso acrescentemos uma quarta posição ao triunvirato sagrado do hard
rock/heavy metal (Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple), certamente a vaga
será ocupada pelo Uriah Heep. Porém, a banda inglesa, contemporânea das demais,
surgiu com a vantagem de possuir em suas fileiras A VOZ. Sim, porque, não
obstante os Plants, Mercurys, Rodgers ou Gillans da vida, David Byron é/foi o
melhor vocalista de rock, até hoje não superado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Esse sujeito, juntamente com Ken Hensley e Mick Box, formaram o trio
central da banda e capitanearam uma carreira que, pelo menos em sua primeira
fase, não foi menos do que brilhante. No caso de Very Eavy Very Umble, ou seja,
já a partir do primeiro disco, a abertura com a faixa Gypsy já apresenta, de
cara, tudo que você precisa saber sobre o grupo. Todos os elementos que
caracterizam o som do Uriah Heep, e o tornam único, estão presentes nessa
música, inclusive as consagradas e onipresentes harmonias vocais. Estando ainda
três álbuns de distância de sua formação clássica e de seus discos mais
consagrados - Demons and Wizards e Magician´s Birthday - não se pode dizer que
houve mudanças significativas no som do quinteto. Houve aprimoramento e
refinamento, principalmente da tendência progressiva, na qual o Heep investiu
mais do que seus colegas de cena, mas a essência já estava definida na origem,
tendo sido formatada pelos três músicos acima, embora, nesse álbum, Hensley
ainda não tenha participado do trabalho de composição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Além de Gypsy, as músicas Walking in Your Shadow, I´ll Keep on Trying e
Wake Up também se caracterizam pelo DNA uriaheepiano, sendo todas destaques do
disco, da mesma forma que a belíssima balada Come Away Melinda, cuja letra
trata do diálogo entre uma filha e seu pai, que tenta explicar sobre a mãe que
a criança não conheceu, morta na guerra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Por fim, como qualquer obra perfeita se prolonga para além das notas musicais,
é preciso fazer a devida menção à embalagem. Aprendam: ISSO é uma capa
assustadora de verdade!!! Existem duas versões da mesma, mas eu sequer faço
questão de me lemvrar como é a imagem que estampa a outra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O tempo passou, Byron faleceu, o Heep mudou de formação incontáveis
vezes, atravessando altos e baixos criativos. Hoje, com o conforto de quem não
precisa mais se provar e está aproveitando os momentos de proximidade do final
da carreira, o Heep tem lançado bons álbuns. Bandas que se inspiram em sua obra
causam um grande boca-a-boca entre os apreciadores, mas eu, infelizmente, não
consigo me empolgar com isso. O material original está a minha disposição e
ainda me causa emoção.<o:p></o:p></div>
Da mesma forma que me causou quando eu era mais jovem.Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-33442792314509984352016-11-12T12:28:00.001-08:002016-11-12T12:29:35.622-08:00<img alt="Resultado de imagem para operation mindcrime" class="irc_mi iM98VDBDCVuo-pQOPx8XEepE" height="518" src="https://www.music-bazaar.com/album-images/vol12/620/620294/2464998-big/Operation-Mindcrime-cover.jpg" style="margin-top: 0px;" width="518" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
OPERATION MINDCRIME<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Discos conceituais são algo complicado. Não em sua essência, mas em seu
funcionamento. Na minha opinião, é preciso um raro equilíbrio para que o
trabalho sobreviva como estória – já que é a isso que se propõe – mas que as
suas músicas possam também existir isoladamente, que façam sentido dentro de um
ambiente de show, intercaladas com outras canções dentro do setlist, sem a
sensação de serem algo dependente de outras partes, anteriores ou posteriores.
Dessa forma, creio que o Queensryche conseguiu conceber um dos melhores álbuns
conceituais de todos os tempos! Lançado no mesmo ano de dois outros marcos do
metal de alta patente, And Justice For All, do Metallica, e Seventh Son Of A
Seventh Son, do Iron Maiden, a sequência das músicas, nesse disco, quando se considera
que fazem parte de uma narrativa, soa tão natural que aparenta que a banda as
compôs naquela ordem. Caso você o pegue para escutar de uma só vez, é
perceptível a fluência, a coesão entre as faixas que soam realmente como um
contexto, rumo a um clímax. Por outro lado, se você pincelar uma canção
qualquer, ela também soará perfeita, com suas estrofes e refrão, única e plena
em sua individualidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Evolução é uma palavra pouco utilizada quando se fala do Queensryche. É
claro que ela existe, mas a discografia da banda, na fase em que contava com o
guitarrista Chris DeGarmo, apresenta um repertório de tão alto nível, desde seu
princípio, que os saltos evolutivos são mais discretos. Há diferenças, claro de
Warning até Promised Land, mas elas não soam bruscas ou descaracterizantes da
personalidade da banda. O Queensryche sempre pareceu estar em um patamar além.
Mesmo se analisarmos o grupo exclusivamente dentro do nicho do prog metal, eles
parecem existir em um espaço próprio, sem vínculo com as demais formações que
executam esse estilo. Assim, o destaque de Operation Mindcrime não poderia ser
outro que não fosse o carisma de cada música e é justamente por isso que não
posso citar faixas individuais. A qualidade é altíssima em toda a audição.
Lembrando que é um disco conceitual, pinçar uma música seria como dizer, por
exemplo, que o capítulo 7 de um livro é melhor do que o capítulo 12.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Depois de Operation, o Queensryche ainda concebeu dois grandes discos e
um equívoco – Hear in the Now Frontier – que marcou a saída de DeGarmo. Depois
disso, foi uma sequência de trabalhos medianos e sem luz própria, além de uma
tentaiva de retormar o sucesso de Operation, com uma continuação que mergulhou
na obscuridade, demonstrando que o sucesso da banda dependia da combinação de
talentos daquela formação, ao contrário do que demonstrou Geoff Tate, que, com
sua vaidade, fez com que o legado do Queensryche desmoronasse até que houvesse
a inevitável separação, cabendo à banda reiniciar suas atividades com outro
vocalista e, surpreendentemente, retomar os dias de glória. Casos como o do
Queensryche, ou do Accept, mostram que a imagem que um grupo projeta não está
necessariamente atrelada à figura de seu frontman e, dentro do heavy metal, as
coisas funcionam melhor assim.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-86787202976143978322016-11-04T14:33:00.002-07:002016-11-04T14:33:58.213-07:00<img alt="Resultado de imagem para journey escape" class="irc_mi iCuLUwHhONMo-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://www.overthinkingit.com/wp-content/uploads/2009/05/journey-escape.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
JOURNEY – ESCAPE<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não deve existir um subestilo mais datado do que o AOR. Falo isso sem
submeter à palavra “datado” a carga pejorativa que geralmente lhe acompanha.
Datado, aqui, é apenas referência ao auge do estilo, lá no intervalo entre 1976
e 1982. Sempre que eu escuto esse tipo de música, minhas recordações são
arremessadas para essa época. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não sei de onde se originou a denominação AOR, mas ela soa um pouco
prepotente. Rock orientado para adultos? Há um certo grau de esnobismo
desnecessário aqui. Uma insinuação de que o restante do que se faz sob a
denominação rock seria voltado apenas para adolescente, o que não é bem
verdade. O AOR é caracterizado pela sonoridade cruzada entre o progressivo, o
hard e o pop, com uma tendência maior para o primeiro, mas sem se ater às longas
suítes que o caracterizam. Algo como um progressivo mais apto às FMs, no tempo
em que estas eram mais, digamos, ousadas. É um nicho musical onde podemos
inserir bandas como Styx, Asia, Survivor, Toto, Boston, Kansas e, com boa
vontade, até o Supertramp. Dentro desse rol, o Journey tem uma posição de
destaque. Algo mais ou menos semelhante com o status que o Iron Maiden tem
dentro do heavy metal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nada surpreendente quando vemos que o guitarrista Neal Schon formou a
banda depois de passar uma temporada na companhia de Carlos Santana, com quem
gravou dois discos, incluindo o progressivo Caravanserai. Depois de três álbuns
de seu novo projeto, Schon iria receber o apoio do cantor Steve Perry e um novo
capítulo da história do rock seria escrito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Steve Perry é dono daquele timbre de voz que convencionamos chamar de
angelical, podendo tranquilamente ser colocado em paralelo à Jon Anderson do
Yes. Chamá-lo de vocalista é reducionista. Perry é um cantor, no mais estrito
sentido denotativo da palavra. A partir de sua entrada, o Journey alcançou
novos limites artísticos e comerciais, mas em Escape, as coisas tomaram outros
rumos. Não vou dizer que Don´t Stop Believin seja a melhor música de sua
carreira. Isso é muito subjetivo. Mas o certo é que essa canção ganhou vida
própria, além do alcance de seus autores. É aquele tipo de canção que vira um
fenômeno da cultura popular e todos conhecem, mas uma boa parte ignora de quem
seja.<o:p></o:p></div>
Todo o disco foi composto a partir das parcerias de Schon, Perry e do
tecladista Jonathan Cain, que estreou aqui e permanece até hoje, sendo o
segundo integrante mais longevo da formação, depois de Schon, firmando sua
posição de destaque no grupo, tanto como compositor quanto como tecladista, em
um gênero onde esse instrumento tem tanta importância nos arranjos quanto a
guitarra. Escape não seria um trabalho clássico se se sustentasse apenas em
Don´t Stop Believin e, portanto, tem várias outras canções que merecem ser
referenciadas como Stone in Love, Still They Ride, a faixa título e, principalmente,
a balada Open Arms. Em qualquer uma delas se percebe que, apesar da excelência
de seus integrantes, ninguém parece brilhar sozinho. As músicas chamam a
atenção pelo que são, não pelo guitarrista ter feito um solo extraordinário ou
pelo vocalista ter quebrado uma taça de cristal. É por isso que, mesmo sendo um
estilo ligado a um determinado período de tempo, a música do Journey não
envelhece e permanece atual e relevante.Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-18510313899646080242016-10-28T11:39:00.003-07:002016-10-28T11:39:33.343-07:00<br />
<a data-ved="0ahUKEwjzjtfJkv7PAhVEgJAKHRvRBFsQjRwIBw" href="http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjzjtfJkv7PAhVEgJAKHRvRBFsQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.letrarius.com%2Fcomponent%2Fmuscol%2FN%2F48-nirvana%2F72-nevermind.html&psig=AFQjCNG4hVXK6z8rkViKeRU9c53OknukLA&ust=1477766262539323" id="irc_mil" jsaction="mousedown:irc.rl;keydown:irc.rlk;irc.il;" style="border: 0px currentcolor;"><img alt="Resultado de imagem para nevermind" height="500" id="irc_mi" src="http://www.letrarius.com/images/albums/Nirvana-Nevermind.jpg" style="margin-top: 15px;" width="500" /></a><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
NIRVANA – NEVERMIND<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Antes de mais nada, é preciso estabelecer qual o verdadeiro impacto
desse disco. Sob a minha ótica, claro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nevermind é um disco que fez inegável sucesso e, de certa forma,
merecido em parte. Digo isso porque, para mim, Nevermind é um disco bom.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ponto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
É bom e só. É endeusado por muitos de forma demasiado exagerada, visto
suas reais qualidades. Também é odiado por outros tantos, mas não merece essa
rejeição extrema. Daí a querer colocar Nevermind como divisor de águas, um dos
melhores discos de todos os tempos e blábláblá, vai uma longa distância.
Nevermind não é tão ruim quanto pintam seus detratores, mas tampouco é a
maravilha que a maioria clama por aí.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dessa forma, eu acho que as pessoas ou amam demais o Nirvana ou odeiam
demais. Ambas as reações, creio, são consequência da exposição maciça da banda.
Se o Nirvana tivesse um status de popularidade menor, não geraria esse efeito.
Alguns curtiriam e outros simplesmente ignorariam. Mas, na realidade, o disco
estourou e vamos à ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não quero criar polêmica ou chamar atenção. Até fujo disso. Mas sou
forçado a iniciar dizendo que Smells Like a Teen Spirit é uma música
absolutamente inócua. Não me diz nada e, em minha opinião, é uma das mais
fracas do disco. Tem coisas bem melhores ali. Quando eu pego esse disco para
ouvir, Smells entra no automático até pelo fato de ser a primeira, mas eu a
pularia tranquilamente. Foi um sucesso? Foi, todo mundo sabe, mas eu não baseio
meus conceitos em cima disso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Se Smells me soa desnecessária, Territorial Pissings, por outro lado,
me soa ruim mesmo. È uma tentativa de fazer uma faixa mais rápida e agressiva
sem que se tenha o cacoete necessário para tanto. O ponto certo da musicalidade
do Nirvana repousa em canções como In Bloom, Come As You Are, Breed, Lithium e
Lounge Act, que são músicas realmente boas. Tem carisma e melodia.
Coincidentemente, ou não, a maioria delas está na primeira metade do disco, que
perde um pouco de força no seu decorrer. As músicas menos interessantes ficaram
para o fim da audição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ainda falando em melodia, Polly e Something in the Way são canções bem
agradáveis, suaves. Não vão mudar a vida de ninguém, mas também não comprometem
o resultado do disco. O Nirvana tinha uma mão adequada para músicas desse naipe
e isso foi plenamente comprovado quando lançaram seu álbum acústico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nevermind é um disco de rock básico. Tão básico quanto o são as
habilidades de seus criadores, visto que ali ninguém passa perto do conceito de
virtuose, embora isso, claramente, não seja nenhum demérito em termos de rock.
Seu estouro deveu-se a um claro movimento da indústria, que sobrevive desses
ciclos e tem que se manter, pelo menos parcialmente, sincronizada com a
renovação do público consumidor de música, mais afeito a acompanhar as bandas
que surgem em seus momentos cronológicos. De qualquer forma, no meu teste de
tempo, o disco repousa em um conceito mais voltado para os graus positivos. Não
o descartaria jamais, mas também não o colocaria na minha mala rumo à famosa
ilha deserta. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Que fique na estante, mas ao alcance da mão.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-49727273085733846172016-10-21T16:21:00.003-07:002016-10-21T16:21:52.032-07:00<img alt="Resultado de imagem para CENTURIAS NINJA" class="irc_mi iR4IFqGw1uf8-pQOPx8XEepE" height="436" src="https://s3.amazonaws.com/img.iluria.com/product/135492/2D0D1A/450xN.jpg" style="margin-top: 41px;" width="450" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
CENTÚRIAS – NINJA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Para quem não é de São Paulo e acompanhou à distância, mesmo dentro de
seu próprio país, a evolução do cenário de bandas de heavy metal, a sensação é
de que houve uma rápida queima de etapas no Brasil. Mal surgiram – ou, melhor
dizendo, mal tornaram-se conhecidas – as bandas de metal clássico, as vertentes
mais extremas já estavam mordendo seus calcanhares. Para cada Harppia e Salário
Mínimo que estavam despontando, já havia um Korzus, Vulcano ou Sarcófago. Isso,
repito, é a minha interpretação vista de longe. Para os conterrâneos desses
grupos, que os acompanharam de perto, desde a época das demo tapes, a transição
deve ter sido mais natural, obviamente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
A consequência disso é que o metal tradicional pátrio não foi
adequadamente absorvido por aqui. Existiram grandes trabalhos e o devido
reconhecimento lhes foi dado, mas poderia ter sido bem mais. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ninja, primeiro álbum do Centúrias, é um exemplo concreto. É, de longe,
um dos melhores discos de metal cantados em português e teve a missão de
suceder, após uma reformulação geral na formação, o excelente EP de estréia da
banda. O grupo que contava com o vocalista Eduardo Camargo à frente deixou
saudades, mas o remanescente baterista Paulo Thomaz teve bala na agulha pra
trazer dois ex-integrantes do antológico Harppia e o vocalista César Zanelli,
que já tinha passado pelo Santuário. Com um time desses, composto apenas por
pessoas que já conheciam muito bem do riscado, não tinha como dar errado: Ninja
é um disco forte, coeso, com músicas maduras e muito bem desenvolvidas. É
aquele típico caso de disco que, de tão bom, sustentaria sozinho o repertório
de uma apresentação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tendo sido lançado em 1988, sua chegada ocorreu num momento em que o
thrash já era uma corrente consolidada, mas tirando um pequeno flerte aqui e ali,
o clima todo é de puro e vigoroso metal tradicional, sendo que em diversos
momentos podemos identificar uma influência muito forte de Saxon, especialmente
nas músicas Guerra e Paz e Metal Comando. Talvez a diferença do timbre de voz
de César Zanelli dificulte um pouco essa identificação, mas se prestarmos
atenção apenas na levada da música, veremos que ela é bem calcada na lenda
britânica e isso é bastante louvável, pois, embora o Saxon seja bastante
cultuado por aqui, seu legado ainda não foi suficientemente explorado pelos
grupos nacionais.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E, falando de influências britânicas, o onipresente Judas Priest não
poderia faltar. Arde Como Fogo parece ter sido composta depois de uma intensa
sessão de audição do álbum Hell Bent For Leather. Paulo Thomaz tem um
desempenho ímpar, tanto nessa música quanto no resto do álbum. É um músico com
longa trajetória no cenário brasileiro e merece ser bem mais reconhecido, mas o
seu trabalho em Ninja é como parte de uma verdadeira equipe. Não há um músico
que se sobressaia ou que chame mais atenção dos que os demais ao longo da
audição. É uma banda na acepção mais pura da palavra, composta por verdadeiros
amantes do estilo que fazem. Não à toa, apesar de ainda sofrer as inevitáveis
mudanças de formação, continua ativa e relevante. Centúrias é a história viva
do metal brasileiro em cima dos palcos.</div>
<br />Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-84243205786575269782016-10-15T05:21:00.002-07:002016-10-15T05:22:59.649-07:00<img alt="http://photos1.blogger.com/blogger/772/1990/1600/42251.jpg" src="https://photos1.blogger.com/blogger/772/1990/1600/42251.jpg" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
VÊNUS <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu não tenho certeza e nem tenho como aferir isso, mas gosto de
imaginar que esse disco, filho único da banda Vênus, de nosso querido estado
vizinho, o Piauí, teve alguma sobrevida e alcance extra por conta do destaque
maior que teve o Avalon, segunda empreitada dos guitarristas Ico e Thyrso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Essa perspectiva, é claro, não tem nenhuma relação com a qualidade da
obra em si, mas baseia-se apenas nas minhas próprias lembranças de como eram as
coisas em 1986, ano de lançamento do disco. Quando eu o conheci, na casa de
amigos meus, não tinha absolutamente nenhuma referência anterior do mesmo.
Nunca tinha ouvido falar da banda e, pior, nunca vi uma linha de publicação
sobre seu trabalho. Talvez alguém tenha feito, mas eu não vi.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Pode ser que pelo fato da banda ser de um estado próximo, isso tenha
facilitado sua repercussão aqui. Não era o modo ideal das coisas, mas era
assim. Do mesmo modo, eu fico imaginando quantos trabalhos de locais mais
distantes, como o Amazonas, Paraná, Goiás, ou qualquer outro, não repercutiram
para além de suas fronteiras e talvez permaneçam até hoje como pérolas
escondidas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Esse disco do Vênus merece ser mais conhecido. A produção é precária,
mas o resultado criativo é excelente. Torno a lembrar que era 1986 e, para quem
viveu o período, havia uma influência quase onipresente de Iron Maiden. O Vênus
ia por outro caminho. Não sei se é a produção, o timbre que o disco reproduz,
que me faz pensar assim, mas eu não consigo escutar o Vênus sem que a minha
mente me remeta ao som que fazia a Patrulha do Espaço. E creia-me: eu digo isso
com a convicção de que é um grande elogio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E apenas para fechar a questão sobre a produção, o que eu digo é que,
se ela lhe incomoda, talvez seja por você ser muito jovem. Ouvir um disco
assim, aciona recordações de minha vida tanto quanto ocorre quando sentimos
cheiros ou gostos que nos remetem à nossa juventude... A única restrição que eu
faço ao álbum é o título da faixa de abertura. Não dava pra elaborar outro
nome? Tinha que ser Babão????<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ainda bem que a música é boa, e, melhor ainda, o que vem pela frente
eleva o trabalho como um todo. Não vou ficar na chateação de citar música por
música, mas Existência é a típica canção que nos faz aumentar o volume! Digo
mais: é, provavelmente, uma das melhores faixas de heavy metal em português de
sua época. Tem um trabalho melódico que prende nossa atenção desde o primeiro
acorde e, por sinal, o que a dupla de guitarrista faz é um ponto positivo do
disco por inteiro. Não, ninguém vai encontrar nada de extraordinário. É simples
e é básico, mas é tudo concebido com extremo bom gosto. Melodias e riffs de
guitarra que lhe fazem lembrar que existem melodias e riffs de guitarra.
Quantos e quantos discos nós ouvimos que, apesar de bem feitos, não lhe fazem
sentir aquela necessidade de parar pra curtir melhor algum elemento específico
da música? O trabalho da dupla Ico e Thyrso teve esse efeito sobre mim. Eu
realmente foco minha atenção no que as guitarras estão fazendo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
O outro grande destaque do disco é a faixa denominada Metal, e que,
diga-se, honra o seu título, inclusive pela presença, em sua parte
intermediária, de algumas notas que me fizeram lembrar de Beyond the Realms of
Death do Judas Priest.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Enfim, esse é um disco que não é fácil de ser encontrado, mas que vale
a procura. É um disco que não aparece nas listas das grandes revistas, mas que
representa um grande momento do cenário nordestino. Tem valor histórico
múltiplo pois, não obstante a primazia de seu conteúdo, representa o esforço de
lançar um álbum numa época em que isso não era tão simples quanto hoje se
tornou. Lembra-nos que, antes de bater cabeça fisicamente, foi preciso que
muita gente batesse cabeça metaforicamente.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-38964936163511911632016-07-16T04:59:00.004-07:002016-07-16T04:59:35.131-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<img alt="" class="irc_mi i_bSxvLmy5Pg-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/61Utm0B788L.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
EUROPE - THE FINAL COUNTDOWN</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sim, esse é o disco que tem The Final Countdown e Carrie. Ponto. Todo
mundo já conhece essas duas músicas e não há mais nada a falar sobre elas,
portanto é o que eu vou fazer. Até porque The Final Countdown, especificamente,
já deixou de ser uma propriedade exclusiva do Europe, tornando-se parte da
cultura popular, e o disco, no fim das contas, não se resume a essas duas
canções, tendo muito mais a oferecer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
É curioso que, ouvindo o álbum completo, verifiquei que está tudo
certo: todas as músicas são boas, é tudo bem composto e executado, todos os
múisicos são talentosos…. Então, porque é que eu não escuto esse tipo de música
com mais frequência??? Dessa vez, a ficha caiu: é o vocal. Não que seja ruim,
muito pelo contrário, é só que aquele timbre, aquela entonação, não me agradam
de todo, me geram um certo ranço, talvez pelos traços de radicalismo que ainda
me permeiam. Creio que isso também pode ser debitado como uma característica da
produção daquele período, tanto que escutando um tos trabalhos mais recentes da
banda, lançado em 2012, a interpretação vocal me agradou bem mais, pois já não
havia mais tanto vibrato e a afetação estava mais comedida. Além disso, nos
anos oitenta, a coisa era mais exagerada, tinha reverb em tudo! Performances à
parte, tem que ser dado o devido crédito ao vocalista Joey Tempest: ele compôs
o álbum inteiro sozinho, tendo apenas uma parceria na música Carrie. Talento
não falta ao sujeito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Deixando de lado os detalhes de timbre vocal, o restante é exatamente o
que se espera: um grande disco de rock de arena, perfeito para ter suas canções
executadas ao vivo, ou para ser ouvido atrás do volante. A música Rock the
Night, por sinal, é a mais autêntica representação desse tipo de som, bem
oitentista. Em destaque, também, tenho que citar a dobradinha Heart of Stone e
On the Loose. Essas foram as canções que mais me agradaram, talvez justamente
por terem interpretações mais sóbrias, sendo que a primeira tem algo de
Scorpions em sua levada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Por fim, me chamou a atenção o fato de um guitarrista tão talentoso
quanto John Norum não ter contribuído com nenhuma música para o disco.
Provavelmente por questões internas do funcionamento da banda, mas é certo que
Norum nunca passa despercebido. Cada intervenção sua, cada solo, parece ter
sido meticulosamente pensado, mas sem deixar de soar natural. Não tem uma nota
fora do lugar, não tem nenhum excesso gratuito. É tudo sempre feito com extremo
bom gosto.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Esse disco, portanto, merece ser ouvido. E muito. Mas, tal qual a
música que o nomeia, não se prenda a ele: o Europe tem muitos outros discos tão
bons e, às vezes, até melhores do que este. Limitar-se a um hit ou a um álbum
de sucesso é perda de tempo. Ninguém usufrui completamente do talento de um artista se fica restrito a apenas um
capítulo de sua história e o Europe tem uma história pra lá de empolgante.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-33676916458723461232016-07-10T16:22:00.004-07:002016-07-10T16:24:26.733-07:00<img alt="" class="irc_mi inpspzUhJWIU-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://rockdesuburbio.files.wordpress.com/2012/06/apocalyptic-raids.jpg" style="margin-top: 9px;" width="498" /><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
HELLHAMMER - APOCALYPTIC RAIDS<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mórbido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Nenhuma palavra pode definir melhor o que é a essência do ser humano
Tom Warrior do que mórbido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ele mesmo viria a utilizá-la no futuro, para nomear um de seus discos,
mas o seu significado sempre esteve vinculado a sua personalidade. Colocar a
palavra mórbido no nome de um de seus discos era uma reles confirmação de suas
intenções, pois, no período gestacional inverso de nove meses antes do álbum
Morbid Tales, Tom Warrior trouxe ao mundo uma lenda que precisou de apenas
quatro faixas para se perpetuar, o EP Apocalyptic Raids, do Hellhammer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não consegui informações sobre a autoria das músicas, então não sei
informar se são da assinatura exclusiva de Tom Warrior, mas por esse ser a
figura de frente da banda, seu nome é sempre o primeiro a ser mencionado. No
entanto, há que se lembrar de outro ente tão sombrio quanto ele, – ou talvez
até mais – e que também deve ser
responsabilizado pelo legado que o Hellhammer deixou: o baixista Martin Ain. O
aparte que houve no relacionamento profissional e criativo dos dois é o motivo
pelo qual, provavelmente, nunca mais teremos o Celtic Frost em atividade e esse
vínculo é que me leva a crer que Ain era coautor das músicas, inclusive pelo
fato dele assinar várias das composições na era Celtic Frost.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Embora, como já foi dito, o material original só tenha quatro faixas, a
avidez por coisas do Hellhammer nos torna obrigatório o dever de mencionar as
duas músicas adicionais que foram colocadas em relançamentos do disco:
Revelations of Doom e Messiah, que vieram à luz, inicialmente, em uma coletânea
do mesmo ano, chamada sintomaticamente de Death Metal e da qual apenas o Hellhammer
fazia jus ao nome entre os presentes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Existem outras faixas espalhadas por aí, retiradas de demo-tapes, mas o
melhor da banda está nessas seis músicas. O fator morbidez, ao contrário do que
possa se imaginar a principio, não está atrelado ao andamento das músicas. A
faixa não precisa ser lenta pra soar soturna e isso está bem claro aqui, onde
apenas uma das composições é mais arrastada, mas a sujeira, a performance e a
interpretação traziam a perversão para um gênero que ainda estava muito arraigado
na melodia. Horus/Agressor, Massacra e The Third of The Storms soam como um
passo adiante do que o Venom fazia. Discutir capacidade técnica ou instrumental
seria completamente absurdo nesse caso, mas não se releva o que os artistas
criaram a partir de suas próprias limitações. E se estabelecermos que o
Hellhammer, nessas músicas, já apresentava propostas distintas do Venom ou do
Bathory, em Triumph of Death a coisa realmente extrapola.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Triumph of Death é um fenômeno! Musicalmente, fica claro pra qualquer um,
que a faixa não tem nada de mais. É composta apenas de dois riffs, extremamente
simples, que se repetem ao longo de seus nove minutos. Mas você não vê esses
nove minutos passarem! Você fica absolutamente hipnotizado pela composição,
pela forma como ela soa crua, maligna, insana. Eu realmente não vejo Venom,
Bathory, Sodom, ou qualquer desses outros baluartes da crueza fazendo algo
parecido. Eu não vejo que ninguém pudesse fazer algo parecido, apenas o
Hellhammer.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Independente do nome ou da encarnação – Hellhammer, Celtic Frost,
Apollyon Sun ou Triptykon – independente de o tempo ter trazido aprimoramento
técnico e refinamento das composições, nada disso diluiu a aura negra que cerca
esses músicos. O que eles fazem hoje é mais bem produzido, sem dúvida, mas tudo
é a sequência lógica do que aconteceu em 1984, quando o Hellhammer deu início
às incursões do apocalipse em nosso mundo. </div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-8946600954339362832016-07-08T14:02:00.001-07:002016-07-08T14:02:44.676-07:00<img alt="" class="irc_mi iF3uoJe0DPeo-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51HjtPcdkXL.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Com a notícia da aposentadoria de Cliff Williams, após a perda de
Malcolm, Phil e Brian, chega mais perto o momento do fim. Hora de recuperar um
velho texto.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
AC/DC - POWERAGE<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E houve um dia em que um jovem adolescente, que ainda não entendia
direito como era esse negócio de rock, escutou pela primeira vez o AC/DC... O
que eu devo fazer agora? Talvez nada, pois estou meio atordoado, perdido em um
estado entre o maravilhado e o confuso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Então isso que é rock? Rock de verdade? Parece ser um pouco diferente
daquelas coisas que tocam no rádio... É mais alto, as batidas são mais fortes,
tem um certo deboche... Aquilo tudo são sons de guitarra? É tão diferente
daquelas coisas magrinhas do rádio! E esse sujeito da capa é o vocalista? Essa
voz tem jeito de que está saindo desse cara... Aliás, por que é que ele está
sempre vestido assim???<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Powerage tem esse efeito sobre mim e sempre terá. Acho que toda vez que
escutar esse disco eu vou lembrar de onde estava, com quem estava e até do que
estava comendo. Está tudo fixo na minha memória como se fosse um retrato. Tanto
o ambiente quanto as sensações. Cada música soava absurdamente inusitada. Riff
Raff era muito, muito rápida! Nada podia ser mais rápido do que aquilo!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Meus discos preferidos do AC/DC sempre serão Powerage e Flick of the
Switch. Não me importa o que contradizem a crítica especializada ou o consenso
geral. Esses álbuns foram meu primeiro contato com a banda e, entre alguns
poucos outros, meus primeiros contatos com rock pesado. A memória afetiva aqui
é altíssima. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Vendo sob a perspectiva atual, é impressionante que nenhuma das faixas
aqui faça mais parte do repertório da banda em suas turnês. Não dá pra uma
banda, com o catálogo que o AC/DC tem, mexer muito em seu setlist sem que
provoque reclamação de um ou outro, mas, mesmo que as músicas aqui não fossem
representativas de um período mítico de sua carreira, como são os anos com Bon
Scott, todas tem fôlego suficiente para
se fazerem presentes até hoje, tanto pela qualidade, pela vibração, como também
pela variedade. Um único disco, que contém canções como Down Payment Blues,
What´s Next To The Moon, Kicked in the Teeth, Gimme a Bullet, Up To My Neck In
You e a excepcional Sin City, com sua chamativa linha de baixo, sobre a qual
Bon canta de um jeito quase falado, são a mais pura definição de clássico, de
tudo que surgiu de melhor no hard rock dos anos setenta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Reverenciar Bon ou Angus é chover no molhado, Malcom era o cabeça e um
dos melhores guitarristas base que já se viu, Cliff é um grande baixista, que
teve que soar discreto para não destoar da proposta da banda, mas o
baterista.... Podem falar o que quiserem, mas Phil Rudd é um dos melhores
bateristas de todos os tempos e ponto final. Sua simplicidade é tão complexa
que nenhum de seus substitutos conseguiu emular a sua pegada única e a sua
contribuição para o som da banda. Bateristas que se destacam pela levada
simples são um grupo extremamente restrito, do qual pode-se citar poucos
exemplos, como Charlie Watts e Ringo Starr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Da mesma forma, o conjunto é peça restrita de um pequeno clube de
bandas que crescem na simplicidade. Apareceu para mim no momento certo,
portanto, pois minha mente, ainda uma tabula rasa para esse tipo de música,
precisava ser alimentada aos poucos, mas isso não significa que eu esteja
sugerindo que o disco tem menos vigor do que outras coisas que viriam depois.
De modo algum! Ele ainda me soa tão pesado e cheio de personalidade quanto o
foi há mais de trinta anos passados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-4449117512445599512016-07-01T14:56:00.001-07:002016-07-01T14:58:02.126-07:00<img alt="" class="irc_mi iNvAwy2cKXAA-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9CAalRsm8Aij5DVGFbOL13t7iUg7dd2vwq3Q0fo7HSeRRdRaSdf8bNRp8sKtKsiM7HYa-LtIy01D9rOY6iBQCaX99-bSo7nC4ZX-4CvXSi-e0eeZqLT0r5C-M9ERfK1lXqHQ5Sa3GYYs/s1600/album-war-of-words.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
FIGHT – WAR OF WORDS<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Rob Halford é o cara! Tem uma carreira impecável e uma influência
ímpar, não se limitando a repousar sobre os louros de ser um dos criadores e
formatadores do estilo heavy metal, mas prosseguindo na exploração de outras
vertentes do gênero, arriscando-se fora de sua zona de conforto. Sim, teve o
momento da banda 2wo, junto com Trent Reznor, que, de fato, não foi muito bem
sucedido, mas mesmo ali estava presente aquilo que mais importa: a voz! Aquela
voz!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Quando se apartou do Judas Priest, e chocou todo o meio musical no
processo, imediatamente engatou um novo projeto, com uma nova banda, uma nova
musicalidade e até mesmo uma nova postura de palco. Halford juntou alguns
novatos extremamente competentes, reforçados pela presença de Scott Travis na
bateria, enquanto o restante do Judas Priest refletia sobre os rumos a tomar, e
formou o Fight, aproximando-se muito do que o Pantera estava fazendo na época,
ou seja, metal com groove.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Halford nunca escondeu o quanto admirava a banda texana, além de sempre
estar expressando a sua paixão por coisas bem pesadas, como Slayer e até grupos
de black metal. Fazer o Fight soar da forma que soou foi a decisão acertada,
afinal, é a velha história: pra que iniciar um novo projeto fazendo a mesma
coisa que fazia na banda anterior? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A capa, preta com caracteres brancos, já chamava a atenção pelo fato de
ser bem fora do padrão do modelo mais tradicional de capas de discos de heavy
metal. O conteúdo, por outro lado, não se alienava do estilo mas, como já foi
dito, soava bastante moderno, já apresentando de imediato, duas grandes faixas,
Into the Pit e Nailed to the Gun, com Rob praticando tons altíssimos. Passadas
essas faixas exordiais, o jogo já está ganho e pode-se diminuir um pouco o
andamento, com uma faixa mais climática, mais soturna, como Life in Black.
Mantendo-se nessa alternância entre canções mais rápidas ou cadenciadas, o que
permanece constante é a força do trabalho como um todo, mostrando como Halford,
que compôs sozinho o disco inteiro, é um artista versátil. As faixas Immortal
Sin, Vicious, Kill It, Laid to Rest, For All Eternity, Contortion e Reality A
New Beginning são os outros destaques do álbum, que apesar de ter sido muito
bem sucedido, não deu fôlego à banda para manter o pique no segundo disco, que
ficou meio esquecido e gerou o final prematuro da banda. O baixista Jay Jay e o
guitarrista Brian Tilse ainda passaram um curto período de tempo na banda
Halford, projeto do cantor já mais tendente para a sonoridade clássica do Judas
Priest, e o outro guitarrista, Russ Parrish, segue hoje atuando em uma medíocre
imitação de banda chamada Steel Fox.<o:p></o:p></div>
A banda Fight teve uma carreira curta, mas significativa, deixando esse
grande disco para a posteridade. Mesmo que o Judas Priest encerre atividades,
não creio que Halford reinicie o grupo e é melhor assim. O Fight foi a aposta
certa, na hora certa, e hoje os tempos são outros. A única certeza que eu tenho
é a de que o vocalista sempre virá com algo interessante para apresentar,
afinal, ele é o cara!Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-1527537853319614572016-06-25T04:36:00.003-07:002016-06-25T04:36:59.061-07:00<img alt="" class="irc_mi ijkKEIH9GPKQ-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://myglobalmind.com/wp-content/uploads/2011/09/1316168742_machine-head-unto-the-locust.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
MACHINE HEAD – UNTO THE LOCUST<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Tem épocas que bate um desânimo desgraçado. Tudo parece estar meio
morno, sem vida, sobrevivendo apenas no piloto automático. Os medalhões da
música seguem ativos, mas lançando discos que são bons e.... e só. São bons mas
não impulsionam o gênero para diante, não instigam como faziam no passado.
Escuta-se uma vez, duas e esquece-o na prateleira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não existe nada de errado com isso, muito pelo contrário, afinal,
repita-se, são discos bons, mas de vez em quando é bom receber uma chacoalhada.
Ter contato com algo que foi feito pensando-se, como se diz atualmente, fora da
caixa. Quando isso acontece proveniente de um artista novo é ótimo, claro, mas
para mim a satisfação é quintuplicada quando as viradas de mesa vem de um
veterano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Robb Flynn é a figura central do Machine Head, mas já atua no cenário
desde 1985, quando estava junto do Forbidden. Não chegou a gravar o disco de
estréia, mas cravou três faixas de sua autoria nele. Formou, na sequência o
Vio-Lence, onde ocupava apenas a função de guitarrista, e alcançou o ápice de
sua trajetória, como líder de uma banda, no Machine Head. O álbum de estréia deste último, chamado Burn
My Eyes, foi lançado em 1994 e é bem representativo do thrash metal daquela
época.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ocorre que, depois do segundo disco, a banda entrou numa montanha-russa
estilística e enveredou com força na tendência nu-metal antes de fazer a
guinada para o que está praticando hoje em dia. Nada contra o nu-metal em si,
mas ficou claro a tentativa de pegar carona naquela onda, principalmente quando
comparamos o resultado dos trabalhos com o dos primeiros discos. De qualquer
forma, o que viria depois foi o suficiente para compensar qualquer tipo de
pecados. Desde o disco Through the Ashes of Empire que o Machine Head vem num
crescendo de técnica, composição e criatividade que chegou às raias do
fantástico nesse Unto the Locust. Permitindo-me a liberdade de tentar definir o
conteúdo do disco, eu diria que o Machine Head faz prog thrash. Eu creio que a
palavra thrash, colocada junto a prog, vai alterar o conceito desta última,
principalmente para quem compreende o termo prog em sua forma mais ortodoxa. Me
parece, às vezes, que boa parte das pessoas só interpreta o prog, ou
progressivo, em seu significado mais reducionista. Ser prog não é apenas fazer
viagens instrumentais de 20 minutos, baseadas em conduções de teclado. Ser
progressivo significa propor avanços, fusões, experimentações. E o Machine
Head, em sua atual fase, veio pródigo nesse sentido, apresentando músicas
fortes, pesadas, rápidas, mas também cheias de variações, detalhes e soluções
de arranjo que, reconheça-se, mantiveram sua sonoridade noventista mas, ao
mesmo tempo, incorporaram elementos atemporais, apresentando-se como um passo
evolutivo do thrash metal. Robb Flynn resgatou seu parceiro de seis cordas da
época do Vio-Lence, Phil Demmel, e a química entre os dois trouxe o Machine
Head até essa atual posição, como uma banda que resgatou um sentimento que vai
cada vez mais escasseando em mim: a expectativa e a ansiedade por cada novo
disco.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-86963089144400594992016-06-17T14:07:00.001-07:002016-06-17T14:15:01.390-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<img alt="" class="irc_mi i_GTvfbRC_XI-pQOPx8XEepE" height="500" src="https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51lDSsJXIVL.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
ROLLING STONES – LET IT BLEED<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não se costuma ver, frequentemente, o nome dos Rolling Stones sendo
colocados ao lado de seus devidos pares, que seriam bandas como Led Zeppelin,
Cream ou Who. Uma boa parte deve discordar, mas essa é a minha opinião. Os
Stones não tinham, obviamente, a vontade de mergulhar nas jams instrumentais
que caracterizavam as duas primeiras, ou nas viagens temáticas que Pete
Townshend desenvolvia para a última, pois o foco do grupo sempre foi o
rock´n´roll e o blues. Sim, fizeram várias experimentações no decorrer de seu
longuíssimo trajeto, flertando com vários outros ritmos, como reggae e disco
music, mas nunca se desviaram da essência. Os Stones, no vinil ou no palco, é
uma formação que pode até ser igualada, mas dificilmente será superada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A trinca de discos que começa em Beggar´s Banquet e termina em Sticky
Fingers representa, para mim, o ápice criativo do conjunto. O disco
intermediário, conhecido com Let it Bleed, é o meu preferido e, curiosamente, é
intermediário também no momento pessoal pelo qual a banda passava. Brian Jones
estava saindo e Mick Taylor estava chegando. Os dois participaram do álbum mas
nenhum chegou a gravá-lo por inteiro, fazendo apenas pequenas participações em
duas músicas cada um. Keith Richards fez, praticamente, todo o trampo sozinho. Eu
não me incluo entre as pessoas que, atualmente, elevam Keith a esse status de
semideus que parece ter retroalimentado o próprio ego do sujeito, apesar de que
ele é realmente genial, mas o fato dele ter tido tal desempenho nesse disco,
tão válido para mim, diz muito sobre o guitarrista, se é que tudo já não foi
dito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E não há dúvidas de que os Stones eram uma superbanda. Os
comportamentos discretos de Charlie Watts e Bill Wyman eram pouco mais do
fachadas para dois músicos excepcionais, donos de talento e bom gosto, e tão
importantes para o grupo quanto o são Richards e Mick Jagger. É graças a eles
que as introduções de Live With Me e Monkey Man soam tão lindas. Aliás, todos
os arranjos desse álbum são algo além do sublime. É dura a tarefa de qualquer
música obter destaque em um disco que começa com Gimme Shelter e termina com
You Can´t Always Get What You Want, mas o repertório presente mantém no miolo o
carisma contido nas suas extremidades, inclusive porque canções como essas não
são simplesmente clássicos dos Stones, ou clássicos do rock. Elas vão muito
além disso: são clássicos da música universal, são clássicos da cultura humana,
que ultrapassarão nossa geração e serão cultuadas e celebradas muito depois que
os artistas não estejam mais aqui. <o:p></o:p></div>
Um exército de músicos colaborou junto com a banda para a realização
desse disco, sendo que alguns, como Bobby Keys e Nicky Hopkins, eram parceiros
habituais. O mais célebre de todos, porém, era o pianista Ian Stewart, que foi
co-fundador do grupo mas, por questões empresariais, mantinha-se à parte dos
holofotes que incidiam sob o quinteto principal. A única participação de Ian
aqui foi na música que deu nome ao disco e foi a sua atuação que tornou a
canção aquilo que é. Desde o respeitoso tom concedido à cover de Love in Vain,
de Robert Johnson, até a intensidade de Midnight Rambler, estão explícitos os
alicerces que fazem com que a banda ainda seja atuante e relevante. Não nos
importemos com o fato de que algumas pessoas encontrem diversão fazendo piadas
com a faixa etária dos músicos porque, afinal, se não fosse por esse inevitável
fato, eles não encontrariam outros motivos para tecer críticas aos Rolling
Stones.Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-55853620154034226812016-06-10T05:41:00.002-07:002016-06-10T05:42:06.699-07:00<img alt="" class="irc_mi i6QMzlg7yxLw-pQOPx8XEepE" src="http://www.metal-archives.com/images/2/5/8/3/2583.jpg" height="499" style="margin-top: 10px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">SODOM
– AGENT ORANGE<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Violência,hostilidade,
selvageria, raiva, ódio, fúria, agressão, sangue, morte, guerra, insanidade, malevolência,
sujeira, peso, velocidade, heresia, sarcasmo e uma vontade infinita de mandar
que qualquer um vá encher a paciência do diabo no mais distante dos infernos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Pronto.
Se terminasse por aqui já poderia considerar a resenha completa. Já teria dito
o essencial para transmitir a compreensão do que é o Sodom.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">E o
Sodom é exatamente isso. É a música heavy metal desprovida de todos os excessos
que foram encaixando nela ao longo dos anos. É uma descarga sônica sem
gorduras. Não é gratuito o fato de que os subestilos mais extremos, como o black
metal e o death metal, devam um tributo imenso aos caminhos que o Sodom
pavimentou. Mas Tom Angelripper não é o tipo de sujeito que fica arrotando sua
influência por aí. Ser influente, ser um dos criadores de novas vertentes do
metal, não o mudou e nem mudou sua banda. Ele é o típico sujeito de postura largadona,
que acende um cigarro, pega uma cerveja e bota os pés em cima da mesa, antes de
subir no palco e mostrar aos neófitos de onde veio a brutalidade do metal
atual. Ouvir um disco do Sodom faz com que você esqueça que existem coisas mais
extremas por aí, pois, em grande parte dos exemplos, essas se empenham tanto na
corrida pra ver quem é mais rápido e pesado que acabam minimizando o fator
carisma em suas composições. E, não raro, o carisma reside justamente naquelas músicas
que são mais voltadas para o básico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"> A palavra coerência não foi utilizada lá no
primeiro parágrafo, mas cabe como uma luva em relação à banda, pois, desde seu
primeiro EP até o mais recente disco, a mudança mais evidente é a de produção,
mas não de pegada ou estilo. Não considero que Agent Orange seja essencialmente
superior ou inferior aos demais discos, ele segue o mesmo padrão, e, embora as
constantes mudanças de integrantes dificultem apontar que o Sodom tenha tido
uma formação clássica, a que se fez presente aqui pode cumprir esse papel, pois
além do líder, Angelripper, tinhamos também o baterista Witchhunter, presente
desde o início da banda, e o guitarrista Frank Blackfire, que depois teria uma
passagem pelo Kreator.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Algumas
das faixas mais emblemáticas da carreira da banda estão nesse disco, como a
própria Agent orange, a excepcional – e uma de minhas sempre favoritas –
Remember the fallen, a mais do que clássica Ausgebombt, e a também excelente
Tired and red. Baptism of fire e Magic
Dragon também merecem ser mencionadas, sendo que essa última, apesar do título,
não tem nada a ver com temáticas de power metal, referindo-se a um modelo de
avião que foi utilizado na guerra do Vietnã. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: 8pt;">O
Sodom, tal qual os demais baluartes do thrash alemão, está mais forte do que
nunca e parece que tão cedo não irá pendurar as chuteiras. Que assim seja, pois
naqueles períodos em que as coisas parecem estar estagnadas e sem ânimo, sempre
iremos precisar de uma música que traga violência, hostilidade,selvageria, raiva,
ódio, fúria,...</span>Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-23988185516002803282016-06-04T13:36:00.000-07:002016-06-04T13:36:46.802-07:00<img alt="" class="irc_mi iRkeN9wyJTQ4-pQOPx8XEepE" src="http://cdn.shopify.com/s/files/1/0267/3701/products/Judas_Priest_Hell_Bent_For_Leather_1024x1024.jpg?v=1380993937" height="500" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">JUDAS
PRIEST – HELL BENT FOR LEATHER<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Novamente
se trata daquela benção, de possuir um catálogo tão privilegiado, que qualquer
pessoa tem que refletir um pouco antes de nomear qual é o disco mais clássico
entre os outros clássicos. Ter um acervo onde até os trabalhos menos inspirados
ou mais polêmicos são essenciais e relevantes. Hell Bent For Leather,
juntamente com Stained Class, me passam a impressão de serem meio como pérolas
perdidas dentre a discografia da banda. Qual o melhor disco do Judas Priest?
Rapidamente alguém vai citar British Steel, Screaming for Vengeance,
Painkiller, Sin After Sin ou algum outro, mas aqueles dois são pouco lembrados
no momento de uma resposta mais imediata. Não descarto a possibilidade de que
essa seja uma impressão equivocada, sob uma ótica brasileira, gerada pelo fato
desses dois álbuns terem sido lançados muito tardiamente por aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Hell
Bent for Leather é o álbum que fecha o ciclo dos cinco discos lançados antes do
ao vivo Unleashed in the East, que antecede o lançamento de British Steel e faz
a divisória entre o Judas dos anos 70 e o dos anos 80. Eu sempre considerei a
obra do Judas Priest como algo muito coeso. Não existem oscilações extremas de
identidade. Do Turbo ao Painkiller, de Sad Wings ao Defenders, tudo soa como
Judas Priest. A presença de Rob Halford, vocalista-mor do heavy metal, e o
trabalho siamesco desenvolvido por Glen Tipton e K. K. Downing são selos que
revelam não apenas a personalidade da banda, mas as bases que fundamentam todo
o estilo. Se o Judas passeou com desenvoltura do hard quase glam de Turbo até o
thrash de Painkiller, é porque os artistas mais emblemáticos desses subestilos
já utilizavam elementos da banda inglesa em suas composições. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Hell
Bent for Leather foi lançado em 1978, mas é o disco menos setentista de seu
período. Em termos de desempenho, o disco antecede, quase como um prólogo, o
que seria apresentado em British Steel, com faixas mais concisas e diretas,
além da variedade intrínseca. A formação era a que continha o praticamente
inalterado quarteto, com o acréscimo do baterista Les Binks, cuja passagem pela
banda desenvolveu-se justamente no período dos três discos entre Stained Class
e Unleashed in the East .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A
faixa título é a grande sobrevivente do repertório do álbum, nos setlists dos
shows, seguida esporadicamente por The Green Manalishi, mas como seria
prazeroso se eles ainda pudessem encontrar espaço para executar clássicos como
Running Wild ou Delivering the Goods. Há um forte gancho na melodia de faixas
como Evening Star, Take On the World, Rock Forever e da balada Before the Dawn,
colaborando para o potencial de vendas do disco, sem que o mesmo descambe para
o mero comercialismo, e balanceando com o clima mais hard setentista de músicas
como Killing Machine, Burnin Up e Evil Fantasies.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Quando
eu comecei a escutar heavy metal, o Judas já era uma lenda. Do ano de sua
estréia até o British Steel, passaram-se seis anos, que totalizaram seis discos
de estúdio. Às vezes eu fico imaginando como deve ter sido a experiência de
quem acompanhou o conjunto em sua época, comprando os discos no momento de seu
lançamento e vibrando com o fato de que cada um era melhor do que o outro. Não
seria diferente da experiência que tive com Metallica ou Slayer, que de certa
forma foram meus contemporâneos, mas esses últimos, embora inaugurassem a
linguagem thrash, nasceram sob a égide de uma cultura heavy metal já
estabelecida. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: 8pt;">Na
época do Judas, eles estavam criando essa cultura. </span>Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-12609315691957017642016-04-29T17:19:00.000-07:002016-04-29T17:19:07.777-07:00<img alt="" class="irc_mi ir_Djxd5dpoA-pQOPx8XEepE" height="500" src="http://www.metal-archives.com/images/1/4/6/8/1468.jpg?2133" style="margin-top: 9px;" width="510" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
GRAVE DIGGER - TUNES OF WAR <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Como eu gosto desse disco!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O Grave Digger é aquele tipo de banda privilegiada que não possui
álbuns ruins. E é tão esperta que o único trabalho realmente questionável de
sua carreira foi registrado com outro nome: Digger, apenas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Em Tunes of War a banda optou por investir em um lançamento conceitual,
o primeiro de sua trajetória, com canções em tons épicos, cheio daqueles corais
que caracterizam o estilo, mas sem deixar, um só momento, de soar como Grave
Digger, de apresentar o power metal alemão que os revelou para o mundo, capitaneados
pelo vocalista Chris Boltendahl que, nessa época, era escudado pelo guitarrista
Uwe Lulis e juntos compuseram e produziram o típico disco conceitual perfeito,
onde cada música tem vida própria, independente das restantes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Toda a dinâmica do álbum segue a regra de narrativa cinematográfica,
com um início que prende sua atenção, em faixas como Scotland United, The Dark
of the Sun e William Wallace (Braveheart), dando uma respirada na parte
intermediária, e lhe preparando para o climax, que vai de The Truth até
Culledon Muir, tendo como destaque a já clássica Rebellion (The Clans Are
Marching). Tunes of War, lançado em 1996, é um disco que você pode esfregar na
cara de quem diz que os anos noventa não foram favoráveis ao metal tradicional.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Como eu tenho raiva desse disco!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não é que o Grave Digger tenha pisado na bola ou coisa do tipo, mas
Tunes of War fez tanto sucesso, de uma maneira que a banda ainda não tinha
experimentado antes, que virou o canône do que o Grave Digger faria dali por
diante em sua carreira. De uma hora pra outra, tudo que a banda lançava tinha
que ser conceitual e épico. Tinha que ter refrões grandiosos e coisa e tal. Não
era ruim, mas a banda era bastante competente quando fazia seus discos,
digamos, normais. A coisa chegou a um tal ponto que os novos fãs receberam um
pouco a contragosto os discos posteriores em que a banda praticou sua pegada
clássica. Álbuns como o autoititulado The Grave Digger não tiveram vendas tão
boas justamente pelo fato de não haver músicas com os climas épicos. É
lamentável, porque a banda tem um catálogo excelente nessa sua linha mais
tradicional, com discos empolgantes como The Reaper e Heart of Darkness, sem
falar, é claro, nos dois clássicos absolutos que são Witch Hunter e Heavy Metal
Breakdown. Creio que os fãs mais antigos conseguem conviver bem com esses dois
modos do Grave Digger se expressar, mas fãs mais novos, em sua maioria, são
alienados em relação aos primeiros anos da banda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Em síntese:<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
É óbvio que os questionamentos sobre as diretrizes definidas pela banda
não podem recair sobre um trabalho específico. Gostando-se ou não do que o
Grave Digger faz, isso não irá macular os méritos de um excelente álbum. O
Grave Digger alcançou, com Tunes of War, o ápice de sua popularidade e tem tido
a competência de mantê-la estável desde então. Encontraram um nicho em que
tornaram-se diferenciados sem perder a própria essência. Em um cenário tão
disputado quanto o é o da Alemanha, e sofrendo todas as mudanças de formação
que lhe afetam, não é fácil manter-se tão relevante. Que continuem em destaque.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-61560050220658772492016-04-23T02:38:00.001-07:002016-04-23T02:38:34.300-07:00<img alt="" class="irc_mi iFhlqyKg6cbo-pQOPx8XEepE" height="427" src="http://www.metal-archives.com/images/3/3/6/7/3367.jpg?4120" style="margin-top: 46px;" width="427" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
DEMON – NIGHT OF THE DEMON<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Existem algumas atitudes alheias que me desanimam. Minha paciência, que
a cada ano fica menor, não aguenta mais determinadas posturas, embora eu me
cale a respeito porque, afinal, o que cada um opta por escutar ou não escutar
não é da minha conta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas, na minha avaliação pessoal, eu entendo que não existe estilo ou
corrente musical que seja ruim por definição. E nem boa, diga-se. New (ou Nü,
sei lá) Metal não é necessariamente ruim tanto quanto Metal Tradicional não é
necessariamente bom. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Talvez eu leve pedradas por isso, mas – e é aqui que eu queria chegar –
não é só porque algo é feito sob a sombra das letrinhas NWOBHM que isso vai ser
bom, clássico, histórico ou essencial. Não. A NWOBHM foi um momento único,
fantástico, que formatou praticamente tudo o que veio depois em termos de heavy
metal, mas daí a dizer que todas, absolutamente t-o-d-a-s, as bandas que
fizeram parte daquele período são dignas de serem ouvidas ou sequer lembradas,
vai um longo caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E pior, quando o assunto é aquele movimento, apenas uma minoria vai
citar bandas que não sejam Iron Maiden, Def Leppard ou Saxon, sendo que apenas
esta última manteve traços da sonoridade que os revelou. Felizmente, bandas
como Grim Reaper, Tygers of Pan Tang, Tank ou Diamond Head são esporadicamente lembrados
ou mencionados, mas pouco se recorda de bandas como Raven, Praying Mantis ou
Demon, que geralmente demandam uma busca mais profunda dentro da memória da
maioria. E não merecem isso. Qual seria a relação dos brasileiros com o Demon
se os seus dois primeiros discos não tivessem sido lançados aqui em vinil nos
anos 80? Mesmo nossas mais consagradas revistas especializadas não davam muita
pauta para o grupo naquele tempo e o fato da banda não ter alcançado o mesmo
nível de consagração mundial que aquelas outras obtiveram deixaram-nos na
situação de respeito dentro da cena doméstica de sua Inglaterra natal, mas sem
atravessar demais as fronteiras europeias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Fato lamentávl, sem dúvida, mas que não esmoreceu o conjunto, que
persiste em atividade até nossos dias, tendo apenas o vocalista Dave Hill como
membro permanente. Em sua primeira fase, porém, ele teve o apoio do guitarrista
Mal Spooner nas composições e, juntos, criaram canções que mesclavam o metal
britânico com uma pegada hard muito evidente, resultando em faixas cativantes
com refrões marcantes. Não pense que a dita pegada hard os levou para um
caminho similar aquele que foi percorrido pelo Def Leppard. Não foi. O hard que
predomina nas composições do Demon tem toda a caracterização inglesa, bem longe
de qualquer tentativa de se adaptar para abocanhar fatias de mercado americano.
As duas primeiras faixas do álbum, Night of the Demon e Into the Nightmare
deixam isso bem evidente, através de melodias carregadas de carisma, que fazem
com que a pessoa se sinta naturalmente impelida a cantar junto sem que o
frontman tenha que ficar pedindo por isso. Como também não poderia deixar de
ser, o onipresente espírito do Judas Priest se mostra bem claro, principalmente
na última música do disco, que poderia estar em qualquer dos trabalhos da lenda
inglesa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Night of the Demon, com sua brilhante capa, não é um disco que define o
estilo, mas o representa com todos os méritos. Foi lançado há 35 anos e sempre
será um prazer fazer a sua audição. A NWOBHM está dignificada aqui.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-52259987576481614572016-04-16T03:01:00.000-07:002016-04-16T03:01:43.857-07:00<img alt="" class="irc_mi ij8zVGVQpRtY-pQOPx8XEepE" src="http://www.hrrshop.de/bilder/produkte/gross/AT-WAR-Ordered-to-Kill-LTD-BLACK_b2.jpg" height="518" style="margin-top: 0px;" width="518" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
AT WAR – ORDERED TO KILL<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Uma breve narrativa para exemplificar o que é o At War: Motorhead e
Venom tiveram um filho juntos, e o bebê nasceu nos Estados Unidos. Pronto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A partir daí, creio que qualquer pessoa possa fazer sua imagem mental
de como essa banda soa. Mas não se prenda ao conceito, porque se o grupo fosse
apenas uma imitação de um ou outro dos conjuntos ingleses, eu não me daria ao
trabalho de escrever sobre eles. Tem que haver o elemento personal e ele existe
aqui. As influências são bem claras, mas a banda agrega seus próprios
maneirismos e é, por isso, lembrada por mim até hoje.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Essas associações não são gratuitas, afinal, todos esses conjuntos – e
aqui poderíamos também incluir o Sodom - são trios, que fazem música pesada com
bastante contundência e tem como figura de frente um baixista e vocalista de
aspecto intimidador, sendo tal posto ocupado por Paul Arnold, no caso do At
War. A presença do cover de The Hammer não influi nessa comparação, embora a
reforce. O At War detem o invejável privilégio de ter lançado dois álbuns
impecáveis em sua curta carreira, ter retornado com a mesma formação depois de
mais de vinte anos, e concebido mais um disco, igualmente impecável, soando tão
bom e relevante quanto o foi em sua origem. Isso é prova de convicção, de quem
sabe o que está fazendo e tem objetivos bem traçados e definidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ninguém vai encontrar arranjos mais elaborados aqui. Intros melódicas,
dedilhados ou coisas do tipo. A graça do At War está em seu thrash
absolutamente cru e direto, amparado pelos temas bélicos que o Sodom só iria
assumir como mote bem mais à frente no tempo. Solos são apenas pequenos trechos
colocados no intervalo entre os riffs e todo o conjunto parece carregar nos
timbres mais graves, reforçando o peso de forma absoluta. O primeiro grande
clássico de seu repertório é a faixa título, que inicia o álbum de forma tão
contundente que parece que ela está lhe prendendo imobilizado no chão, com o pé
em cima de seu pescoço. A mesma impressão é passada também pelas faixas Eat
Lead e, principalmente, pela excelente Rapechase. Essa última faixa é a síntese
de como o metal deve ser, de como ele deve impactar o ouvinte. É como um
esqueleto ao redor do qual ossos e pele se desenvolvem. Rapechase é, portanto,
uma música básica, bem exemplificativa do tipo de estrutura padrão a partir da
qual podem-se inserir as mais variadas idéias de arranjo e personalizar
infinitos modos de tocar metal extremo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Essas três são os grandes destaques do disco, mas as demais músicas,
como Ilsa (She Wolf of the SS), Mortally Wounded, Dawn of Death e Capitulation
também merecem menção. Esse disco pode não aparecer nas listas de melhores de
todos os tempos, mas merece ser conhecido e estar presente na coleção de
qualquer um. Ele é um perfeito exemplar de thrash metal, de um modo que não se
faz mais, ou, salvo poucas exceções, quando se tenta replicar soa estranho e
datado. Os artigos genuínos estão isentos dessa definição. Nunca soam datados. <o:p></o:p></div>
Soam históricos.Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-17610626934264970992016-04-09T09:11:00.002-07:002016-04-09T09:11:52.512-07:00<img src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/d/d6/Melissa.jpg" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
MERCYFUL FATE – MELISSA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A Dinamarca, não era um país com tradição em heavy metal, ao contrário
dos gigantescos mercados americano e inglês, reforçados posteriormente pela
emergente Alemanha. Sua própria posição geográfica, entre o território
germânico e os demais países do bloco escandinavo, evidencia, em parte, um grau
de distanciamento necessário para a formação do som de bandas com personalidade
própria: de um lado, a fronteira com um país que vinha crescendo em tradição
metálica – carregada de melodia - e, de outro, a proximidade com Suécia e
Noruega, que viriam a gerar, no futuro breve, um grande levante de bandas de
death e black metal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Talvez por isso, a música do Mercyful Fate soou tão distinta quando
surgiu para o mundo. Junto com o Pretty Maids, ambos foram os primeiros grandes
expoentes do heavy metal naquele país, em 1983, mas ao contrário deste último,
cujo som navegava em ondas mais tradicionais, as músicas do Mercyful Fate
tinham um punch diferenciado, soando completamente diferente de qualquer outra
banda do cenário. Mesmo que as influências fossem identificáveis, o Mercyful
Fate soou absolutamente único, apresentando uma musicalidade que era tão
intrincada quanto cativante. Se o Judas Priest se tornou um gigante, quando em
1980 deixou sua música mais direta, com o álbum British Steel, o Mercyful Fate
rumou em sentido contrário, carregando sua música com inúmeros riffs, mudanças
de andamento, variáveis tantas que por si só já chamariam atenção, mas foram
amplificadas pelo efeito vocal único – e até hoje inimitável – de King Diamond.
O que King fez não tinha precedentes e , da mesma forma, não tem imitadores.
Ninguém nunca se arriscou a tentar expor alguma influência de seu vocal. Não
naquele nível e, pelo jeito, deve permanecer assim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Tudo isso, que já seria suficiente para trazê-los aos holofotes, ainda
foi reforçado pelas letras satânicas, com desenvolvimento mais elaborado do que
era até então praticado. Infelizmente a banda implodiu após o segundo – e
igualmente perfeito disco – e quando resolveu retornar, teve que amargar um
desmerecido segundo lugar nas prioridades de carreira de King Diamond, que
obteve mais sucesso de mercado com seu projeto solo autointitulado. Terminar
depois do segundo disco, porém, foi influente para que a banda obtivesse o
status de cult, de lenda, que hoje detém.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Embora King Diamond receba uma merecida parcela de evidência, é
necessário que seja dado um igual destaque para o guitarrista Hank Sherman,
afinal ele compôs todas as faixas do álbum, cabendo a King a inserção das
letras. Hank Sherman e o também guitarrista Michael Denner, precisaram de apenas dois discos para marcarem seus nomes
entre as principais duplas de guitarra do heavy metal, em um universo restrito
onde trafegam membros do Iron Maiden, Judas Priest, Helloween e poucos outros.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O disco Melissa é tão primoroso que, por mais que eu queira, vou evitar
mencionar o nome de qualquer uma das canções, pois não há como estabelecer
distinções aqui. Tudo é concebido e executado com inspiração extrema. Tão
extrema quanto os temas abordados e o maravilhoso contraste que estes causam em
meio à tanta complexidade musical e performance.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-43691088389263505102016-04-02T02:38:00.000-07:002016-04-02T02:38:12.248-07:00<img src="http://www.metal-archives.com/images/4/9/6/9/4969.jpg?2543" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">WHITE
ZOMBIE – ASTRO CREEP 2000<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Cada
vez que eu recupero, aqui nesse espaço, alguma banda caracteristicamente
vinculada aos anos noventa, eu vejo que essa época foi, na verdade, muito boa.
Não foi explosiva como os anos oitenta, mas gerou bastante coisas
interessantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">É certo
que muita parte do que veio à tona no período foi marcado pela fusão de
estilos: heavy metal, industrial, punk, rap, progressivo, e sabe-se lá quantas
variáveis musicais fundiram-se entre si e geraram os mais diversos híbridos. Se
os resultados foram positivos ou não, cabe a cada um dizer, mas vale lembrar
que importa mais a abordagem dos artistas do que a nomenclatura do estilo. Nem
tudo que é industrial é bom ou ruim por definição. Ou grunge, ou gótico, ou new
metal, ou seja lá o quê. Cada banda é, ou deveria ser, seu próprio subestilo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O
White Zombie foi um dos conjuntos mais simbólicos dos anos noventa e
desenvolveu uma mistura um pouco complexa, onde música, imagem e temas se
confundem para formar o todo. O som é tendente para o metal, e alguns gostam de
catalogá-la como industrial. Eu não posso concordar com essa afirmação.
Ministry, Godflesh e quetais são industriais, mas White Zombie não. O fato do
White Zombie utilizar samplers em suas faixas não é suficiente para defini-lo
como industrial, até porque, em sua quase totalidade, os referidos samplers são
trechos de filmes antigos ou sons tenebrosos, tudo combinando devidamente com
todo o universo de antigos filmes de horror trash, que a banda homenageia não
apenas em suas canções, mas em todo o seu conceito visual, rico e
magnificamente desenvolvido – e desenhado – pelo próprio Rob Zombie, a cabeça
pensante da banda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Rob
Zombie é um artista inquieto, que desconhece o significado de acomodação. Não é
à toa que se aventurou em uma bem desenvolvida carreira de diretor de cinema.
Não estou dizendo que ele é o ápice da criatividade, até porque ele deve muito
do que faz à Alice Cooper, que foi, de diversas formas, pioneiro em algumas
formas de apresentar um espetáculo. E, felizmente, Rob não nega essa influência,
muito pelo contrário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Embora
tenha lançado quatro discos, o White Zombie só viu o sucesso comercial a partir
do seu terceiro álbum. Os dois primeiros ficaram em um estado de esquecimento
tanto dentro da discografia quanto do repertório das apresentações, mas o certo
é que os dois últimos trabalhos foram marcantes e extremamente inspirados. Em
Astro Creep 2000, o peso espontâneo da banda recebeu o reforço extraordinário
de John Tempesta, baterista que já transitou pelo Exodus, pelo Testament, e hoje
atua no Cult. Além dele, não dá pra deixar de mencionar a participação da
baixista Sean Yseult e do guitarrista J., ambos infelizmente desaparecidos do
cenário depois que a banda se desfez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Astro
Creep 2000 não é, porém, um disco absoluto. Tem algumas faixas que não fariam
falta caso fossem excluídas, mas quando a banda acertava a mão, valia a pena.
Super-Charger Heaven, I Zombie, as duas partes de Electric Head e a clássica
More Human Than Human são os melhores momentos. O final do grupo foi
precipitado, mas felizmente não deixou seus admiradores órfãos. Rob Zombie
prossegue até hoje em carreira solo sem distanciar-se um milímetro da proposta
que o consagrou. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-11364226842081639852016-03-26T12:26:00.000-07:002016-03-26T12:26:03.683-07:00<img class="irc_mi" height="516" src="http://www.metal-archives.com/images/2/9/3/2/2932.jpg" style="margin-top: 0px;" width="516" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">CATHEDRAL
- FOREST OF EQUILIBRIUM<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A
coisa mais comum do mundo é um músico, após deixar sua banda de origem, ou
simplesmente lançar um trabalho solo, afastar-se do estilo que o consagrou.
Poucas vezes, porém, um artista se distanciou tanto daquilo que praticava
quanto o fez Lee Dorian, depois de deixar o Napalm Death e estrear com sua nova
banda, Cathedral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O
Napalm Death é conhecido pelas músicas curtas e velozes e pelos temas voltados
à crítica social, características do grindcore, gênero em que se encaixa.
Tirando o vocal gutural – que mais tarde também seria abandonado – tudo aqui é
totalmente distinto do que o cantor fazia naquela banda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Forest
of Equilibrium não é simplesmente um disco de doom metal: ele é o superlativo
do doom, o doom elevado ao cubo! O clima tenebroso transmitido pelas músicas
nos levam a imaginar que os temas por ela narrados se passam naquele universo
de seres bizarros da ilustração da capa. É também um momento de transição
dentro da carreira de Lee, afinal, ele manteve o gutural que utilizava no
Napalm, aplicando-o para canções de extrema lentidão. Mais adiante, ele
abandonaria esse tipo de interpretação ao mesmo tempo em que as músicas
ficariam com um andamento mais dinâmico, adentrando no que hoje chamamos de
stoner metal. A faixa Soul Sacrifice é a única que quebra um pouco o ritmo do
disco, mais acelerada – mas não muito – e é, de certa forma, o prenúncio do que
a banda iria, com igual brilhantismo, fazer adiante na carreira, explorando
cada vez mais fundo as influências setentistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Em
sua estreia, o Cathedral explorava uma forma de fazer doom que hoje eu já
assimilei, mas que me soou muito distinta em sua época. Era o período da
explosão do death metal, no começo dos anos noventa, e, embora a banda
percorresse outro caminho, a utilização do gutural na voz fazia a ponte entre
os estilos. Tirando a já mencionada faixa Soul Sacrifice, todas as demais
músicas refletem a autêntica sensação de horror, beleza e angústia que chamaram
imediata atenção para o seu começo de carreira. Embora o Cathedral seja mais um
dos desafortunados grupos que modificam constantemente sua formação, Lee teve a
sorte de manter ao seu lado, de forma permanente, a parceria com o guitarrista Gary
Jennings, inclusive nas colaborações criativas. Foi a união dos dois que
concebeu esse disco que, goste-se ou não, representou um dos caminhos
alternativos que o metal tomou durante as indefinições de estilo do começo dos
anos noventa, e que conduziu o Cathedral para o status de referência absoluta
do stoner/doom metal, ocupando por direito seu espaço ao lado de monstros
absolutos do estilo, como Trouble, St. Vitus e Candlemass. Forest of
Equilibrium é um disco que eu tenho o prazer de recuperar, de tempos em tempos,
e me deleitar com sua musicalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Embora
tenha lançado dois trabalhos históricos com o Napalm Death, a saída de Lee
Dorian da banda teve efeito positivo dos dois lados. Barney Greenway foi para o
Napalm e tornou-se sua representação definitiva; Lee formou o Cathedral e
ajudou a formatar o doom metal, tornando-se referência até os dias de hoje.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-49719150379001293542016-03-19T03:08:00.000-07:002016-03-19T03:08:08.477-07:00<br />
<img class="irc_mi" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQGLwAhpd9qGhRrA93NRMc-7aT0EOrd5MfJOz-o-stC239o35AfRVpwCl1A-erbbQdtZCqAfp1TV7TW5wC-jc9-uzeaqpJBbjY-yw1woxW-OOavHoX-92d3WuYAA8PwvGds8qh8ooCUj-K/s1600/Trapped%252Bcover.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
RAGE - TRAPPED<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
É estranho que uma banda tão boa, seja tão pouco comentada nas
conversas com meus amigos. Aliás, nunca é comentada. Se nos referirmos a ela
pelo nome de Avenger, com qual gravou seu primeiro disco, Prayers of Steel,
creio que todos vão lembrar e exaltar a mesma. Mas, desde que mudou o nome para
Rage, foram gravados dez discos até a época em que parei de acompanhar (o álbum
XIII, de 1998). Garanto que esse período correspondeu a uma carreira vitoriosa
em termos de qualidade, com discos recheados de canções rápidas, pesadas e com
refrões carregados de carisma. Peavy Wagner é um compositor privilegiadíssimo
que, felizmente, está do lado metal da força. Se fosse compositor de música
pop, com a capacidade que tem de criar melodias, estaria milionário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A opção de escrever sobre Trapped é quase aleatória, pois a discografia
do conjunto é bastante equilibrada. O Rage é daquele tipo de banda que pode se
dizer que não tem álbuns ruins. Trapped, portanto, não é mais espetacular do
que os outros trabalhos, mas tem uma de minhas canções favoritas que é Baby I´m
Your Nightmare e a presença dela no disco desequilibra a preferência na minha
aferição. Afora isso, a trinca inicial de canções é absolutamente soberba, pois
Shame On You, Solitary Man e Enough Is Enough são clássicos merecidos do
repertório do grupo, sendo que essa última é aquele tipo de faixa que você
acompanha cantarolando deste a primeira nota do riff. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O Rage pode ser melhor associado a uma terceira entre as principais
correntes alemãs de estilos de metal dos anos oitenta. A primeira seria a das
bandas thrash, na linha Kreator, Destruction, Sodom e Tankard; a segunda
corresponde ao levante de metal melódico liderado pelo Helloween, expoente
absoluto, e seguido por grupos como Heavens Gate, por exemplo. O Rage, juntamente
com Running Wild e Grave Digger, fazem o estilo de metal tradicional, mas com
uma pegada um pouco mais forte. Houve quem chamasse de Power Metal, mas creio
que essa nomenclatura não é mais apropriada. É metal tradicional e fim de
conversa. No entanto, porque o Rage não se tornou tão popular quanto as outras
duas bandas? Creio que parte da resposta está no desempenho vocal. Peavy Wagner
é um cantor competente e talentoso para a interpretação de suas próprias
composições, mas a sua voz não é tão diferenciada quanto o são as de Rolf
Kasparek e de Chris Boltendahl. Afora esse detalhe, o grupo é tão bom quanto os
demais e merece um garimpo retroativo por quem ainda não tem intimidade com sua
obra. Apesar de ser do tipo de banda cuja formação vive alternando ao redor de
um líder, sua configuração mais clássica, em formato de trio com a presença do
guitarrista Manni Schmidt e do baterista Chris Ephthimiades, foi a responsável
por esse disco e mais outros cinco, correspondendo à sua época mais espontânea,
antes de gerar o projeto Lingua Mortis e, com seu sucesso, insistir além do
necessário nessa linha. O heavy metal puro e clássico, porém, está bem
representado em sua primeira fase e o Rage é, sem dúvida, responsável por
alguns dos melhores discos do estilo.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-5416006951178761912016-03-12T13:09:00.002-08:002016-03-12T13:09:24.594-08:00<img class="irc_mi" height="500" src="http://musick-garage.com/image/cache/data/Hard%20Rock/Quiet%20Riot%20%E2%80%8E%E2%80%93%20Condition%20Critical-500x500.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">QUIET
RIOT – CONDITION CRITICAL<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">No
tempo em que tudo que você ouvia tinha que ser true, thrash, black, sombrio,
maligno e muito agressivo, haviam apenas duas bandas do então chamado false
metal que eu curtia e acompanhava: Motley Crue e Quiet Riot. Hoje, eu aprecio
vários grupos que eram objeto daquela infame e datada nomenclatura, como Ratt e
Doken, e, sendo muito sincero, ainda guardo algumas restrições por outros, como
Keel, por exemplo, mas aqueles dois sempre me despertaram uma parcela de
atenção e, por muito tempo, o Quiet Riot recebeu de mim uma admiração especial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Eu
não tenho certeza se o meu primeiro contato foi com o video clip na TV ou se
foi com o disco na prateleira da loja. É bem provável que tenha sido a primeira
opção, pois o vídeo passava direto em nossas opções de programa pré-MTV e,
sendo o caso, quando o álbum foi lançado por aqui, eu já sabia do que se
tratava. Eu ainda sequer imaginava que existiam bandas chamadas Slayer,
Metallica, Exciter, Venom e afins. Talvez se as conhecesse primeiro, o Quiet
Riot teria passado despercebido por mim. Mas era um tempo mais puro, de
paulatino descobrimento de bandas pesadas, e por isso a banda nunca saiu de
minha memória afetiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Para
quem não acompanhou o Quiet Riot em seu período de maior popularidade, que
correspondeu à época de lançamento de seus dois primeiros álbuns, o grupo é
mais lembrado por ter revelado a figura do guitarrista Randy Rhoads.
Convenhamos que essa é, de fato, uma sombra enorme lançada sobre a carreira de
quem quer que seja, mas sua época com o guitarrista Carlos Cavazo tem méritos
próprios e também merece o devido reconhecimento pelo que fez. Se há uma
crítica que eu possa registrar, seria pela idéia da banda em incluir um segundo
cover do Slade nesse álbum. O cover de Cum On Feel The Noize no primeiro disco
foi um dos pontos que alavancou as vendagens do trabalho. É claro que a banda
teria liberdade pra inserir, caso quisesse, o cover que entendesse melhor no
seu segundo disco, mas um segundo cover da mesma banda do primeiro disco? E na
mesma posição da sequência das faixas? Aí, infelizmente, soa como oportunismo
descarado...<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Mas
o disco tem méritos próprios, que vão muito além das estratégias
mercadológicas. A capa, muito bem desenhada, traz em seu interior músicas bem
carismáticas, que refletem bem o talento de todos os envolvidos, como o são
caras como Frankie Banali e Kevin DuBrow, além, naturalmente, do baixista Rudy
Sarzo, que já trazia o background de trabalhos relevantes anteriores. Faixas como
Sign of the Times, Party All Night, Stomp Your Hands Clap Your Feet, We Were
Born to Rock e a balada Winners Take All são o reflexo de um tempo que hoje
parece estar muito mais distante no tempo do que realmente é. Não faltam
tentativas de reproduzir aquela pegada, aqueles timbres, e tudo o mais que
remete a época do apogeu do hard rock americano. Sinceramente, nem deveriam
tentar. O Quiet Riot teve o seu momento porque eram aqueles caras, naquele
período. Quem viveu, viveu. Quem não viveu, pode desfrutar desse longo e
maravilhoso acervo que nos foi legado.<o:p></o:p></span></div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7392098706659432693.post-89661360598380671482016-03-05T13:24:00.001-08:002016-03-05T13:24:19.883-08:00<img class="irc_mi" height="500" src="http://cdn.albumoftheyear.org/album/6610-troublegum.jpg" style="margin-top: 9px;" width="500" /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
THERAPY - TROUBLEGUM</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
É impressionante como eu gosto desse disco. Não me canso de escutá-lo!
Poderia separar um dia, em todas as semanas, para tocá-lo no som do carro e não
deixaria nunca de berrar os refrões ou bater a mão na perna, marcando o tempo
das músicas, enquanto dirijo. O Therapy é, sem sombra de dúvida, uma banda
extremamente desconhecida entre os brasileiros e, já que esse disco, o seu
ápice criativo e comercial, é de 1994, pode-se afirmar que o tempo de
tornarem-se mais populares por aqui já escoou em definitivo, apesar de ainda
estarem em atividade, gravando e fazendo shows.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Embora isso não seja uma atitude exclusiva nova. O grupo irlandês
alcançou uma pequena notoriedade, mas não é nada que tenha mudado os rumos da
música, o que também não faz com que esse disco seja menos divertido. Não dá
pra rotular com exatidão o estilo que o Therapy pratica. Tem um pouco de metal,
misturado com doses de punk e rock alternativo, além de algum tempero mais
voltado para o pop, como os refrões deixam bem claro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Troublegum tem uma merecida posição de destaque dentro de sua
discografia, que já comporta catorze álbuns. Trata-se daqueles discos que, de
tão bons, acabam soando como se fossem uma coletânea. Cada música tem um gancho
empolgante, um refrão que lhe puxa pra junto dele. Entre as demais canções do
disco, tem uma cover de Isolation, do Joy Division, que, perdoem-me os fãs,
comprova uma teoria minha de que qualquer música do Joy Division acaba ficando
melhor na versão dos outros do que na de seus próprios autores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas o que importa mesmo, e chama a atenção, é a qualidade das faixas
autorais. A produção do disco, que já merece elogios pela forma como conseguiu
deixar todos os instrumentos bem altos e límpidos, também acrescenta um ritmo
dinâmico na forma como elas vão surgindo no disco, estando o final de algumas
praticamente ligado com o início de outras, sem pausa de execução. É dessa
forma que, logo após a abertura com Knives, surgem as excelentes Screamager e
Hellbelly. Esse álbum tem muitos destaques, mas eu tenho que chamar atenção
especial também para as faixas Stop If You´re Killing Me, Nowhere, Die
Laughing, Trigger Inside e Brainsaw, todas perfeitas para serem executadas em
uma apresentação ao vivo, e, as outras músicas, como Lunacy Booth, Unbeliever,
Turn e Femtex, fazem a necessária mudança de climas, em andamento mais pausado,
para que o disco possa soar variado. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Troublegum, do Therapy, é um dos meus discos preferidos, mas é claro
que, historicamente, não é um disco definitivo. Não dividiu águas, criou
subgeneros ou coisas do tipo, mas é eficiente para mim. Me empolga e isso é
suficiente. O que mais eu poderia esperar de um álbum? O legal de Troublegum é
que é aquele tipo de disco que você pode indicar para diversas pessoas, e todas
elas irão ficar com o pé atrás na hora de fazer a audição. Alguns ainda ficarão
indiferentes, mas uma boa parte vai se surpreender e curtir. Eu sei. Foi assim
que aconteceu comigo.</div>
Anderson Frotahttp://www.blogger.com/profile/03189202415950253167noreply@blogger.com0