sexta-feira, 1 de julho de 2016



FIGHT – WAR OF WORDS
Rob Halford é o cara! Tem uma carreira impecável e uma influência ímpar, não se limitando a repousar sobre os louros de ser um dos criadores e formatadores do estilo heavy metal, mas prosseguindo na exploração de outras vertentes do gênero, arriscando-se fora de sua zona de conforto. Sim, teve o momento da banda 2wo, junto com Trent Reznor, que, de fato, não foi muito bem sucedido, mas mesmo ali estava presente aquilo que mais importa: a voz! Aquela voz!
Quando se apartou do Judas Priest, e chocou todo o meio musical no processo, imediatamente engatou um novo projeto, com uma nova banda, uma nova musicalidade e até mesmo uma nova postura de palco. Halford juntou alguns novatos extremamente competentes, reforçados pela presença de Scott Travis na bateria, enquanto o restante do Judas Priest refletia sobre os rumos a tomar, e formou o Fight, aproximando-se muito do que o Pantera estava fazendo na época, ou seja, metal com groove.
Halford nunca escondeu o quanto admirava a banda texana, além de sempre estar expressando a sua paixão por coisas bem pesadas, como Slayer e até grupos de black metal. Fazer o Fight soar da forma que soou foi a decisão acertada, afinal, é a velha história: pra que iniciar um novo projeto fazendo a mesma coisa que fazia na banda anterior?
A capa, preta com caracteres brancos, já chamava a atenção pelo fato de ser bem fora do padrão do modelo mais tradicional de capas de discos de heavy metal. O conteúdo, por outro lado, não se alienava do estilo mas, como já foi dito, soava bastante moderno, já apresentando de imediato, duas grandes faixas, Into the Pit e Nailed to the Gun, com Rob praticando tons altíssimos. Passadas essas faixas exordiais, o jogo já está ganho e pode-se diminuir um pouco o andamento, com uma faixa mais climática, mais soturna, como Life in Black. Mantendo-se nessa alternância entre canções mais rápidas ou cadenciadas, o que permanece constante é a força do trabalho como um todo, mostrando como Halford, que compôs sozinho o disco inteiro, é um artista versátil. As faixas Immortal Sin, Vicious, Kill It, Laid to Rest, For All Eternity, Contortion e Reality A New Beginning são os outros destaques do álbum, que apesar de ter sido muito bem sucedido, não deu fôlego à banda para manter o pique no segundo disco, que ficou meio esquecido e gerou o final prematuro da banda. O baixista Jay Jay e o guitarrista Brian Tilse ainda passaram um curto período de tempo na banda Halford, projeto do cantor já mais tendente para a sonoridade clássica do Judas Priest, e o outro guitarrista, Russ Parrish, segue hoje atuando em uma medíocre imitação de banda chamada Steel Fox.
A banda Fight teve uma carreira curta, mas significativa, deixando esse grande disco para a posteridade. Mesmo que o Judas Priest encerre atividades, não creio que Halford reinicie o grupo e é melhor assim. O Fight foi a aposta certa, na hora certa, e hoje os tempos são outros. A única certeza que eu tenho é a de que o vocalista sempre virá com algo interessante para apresentar, afinal, ele é o cara!

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