domingo, 8 de março de 2015



TANKARD – BEST CASE SCENARIO

Guitarra, guitarra, guitarra… Só se fala em guitarra e no seu impacto para o desenvolvimento do rock. Tá certo que esse instrumento tocado por alguns egocêntricos tem o seu valor e importância indiscutíveis, mas – grande injustica – pouco se lembra de outro elemento tão importante quanto – se não mais – para que o rock chegasse aonde chegou:
A cerveja!!!!!
Quantas bandas não foram formadas sob as bençãos do divino líquido, quantos ensaios não foram regados por ela, quantos riffs não foram criados sob sua influência? Quantos shows, festivais, reuniões de fãs não ocorreram com o seu consumo??? A cerveja é onipresente na cultura do rock´n´roll!!! Felizmente, uma banda, apenas uma banda, soube corrigir o rumo das coisas e colocar a cerveja em seu devido lugar, como o ponto central de inspiração para suas canções.
O Tankard, das assim chamadas quatro grandes bandas do thrash metal alemão, foi a que menos cresceu, em termos de mercado, mas isso não diminuiu a sede que impulsiona sua existência . O Kreator se leva a sério demais; o Destruction encarna todas as especificidades do estilo thrash; o Sodom assumiu um postura motorheadiana com foco nos temas de guerra… o Tankard, por outro lado, agregou o que podia do punk e do hardcore e trouxe isso para a mesa do bar, onde os amigos sentam e avacalham com os assuntos sérios, conversam besteira e dão risada. O que existe de melhor pra fazer na vida???
Esse album é uma coletânea de regravações feito para comemorar os 25 anos da banda. São os maiores clássicos da primeira fase da carreira, refeitos pela atual formação, que mantem-se entrosada e inalterada pelos últimos 15 anos. Embora esse tipo de disco seja recebido com algumas ressalvas pela maioria, o presente trabalho pode ser apreciado sem objeções, pois o Tankard não sofreu mudanças significativas na sua sonoridade ao longo do tempo, então não haverá descaracterização nas canções apresentadas. O diferencial, portanto, está na oportunidade de ouvir as músicas antigas com uma produção melhor. Só para constar, ressalto que o disco vem com um cd bonus com um tributo de várias bandas ao Tankard, mas o meu foco aqui é a banda principal.
A ordem das faixas obedece o critério cronológico, então a primeira música só poderia ser Zombie Attack, que abriu o disco de estréia da banda, de mesmo nome, lançado em 1986. Preferências pessoais à parte, eu gosto mais dessa versão do que da original, por achar que ela tem mais ataque, principalmente no primeiro compasso do refrão. A partir dela, segue-se uma bem selecionada seleção de clássicos, percorrendo tudo que a banda fez em seus oito primeiros discos, de Zombie Attack até The Tankard, acrescentando o EP Alien na conta.  Estão presentes, portanto, músicas como Don´t Panic, a punk rock Space Beer, 666 Packs, Beermuda, (Empty) Tankard, o medley com Alcohol, Puke, Mon Cheri e Wonderful Life, e, concluindo o album, uma das minhas preferidas: Minds on the Moon.
O legal do Tankard é que, apesar da fama mundial, a banda existe por puro amor à música, tal qual qualquer banda de algum amigo seu. Ninguém ali sobrevive da carreira musical, todos tem emprego fixo e o Tankard funciona durante as folgas, como uma atividade prazerosa.

Assim como a cerveja depois do expediente.

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