sábado, 5 de março de 2016



THERAPY - TROUBLEGUM

É impressionante como eu gosto desse disco. Não me canso de escutá-lo! Poderia separar um dia, em todas as semanas, para tocá-lo no som do carro e não deixaria nunca de berrar os refrões ou bater a mão na perna, marcando o tempo das músicas, enquanto dirijo. O Therapy é, sem sombra de dúvida, uma banda extremamente desconhecida entre os brasileiros e, já que esse disco, o seu ápice criativo e comercial, é de 1994, pode-se afirmar que o tempo de tornarem-se mais populares por aqui já escoou em definitivo, apesar de ainda estarem em atividade, gravando e fazendo shows.
Embora isso não seja uma atitude exclusiva nova. O grupo irlandês alcançou uma pequena notoriedade, mas não é nada que tenha mudado os rumos da música, o que também não faz com que esse disco seja menos divertido. Não dá pra rotular com exatidão o estilo que o Therapy pratica. Tem um pouco de metal, misturado com doses de punk e rock alternativo, além de algum tempero mais voltado para o pop, como os refrões deixam bem claro.
Troublegum tem uma merecida posição de destaque dentro de sua discografia, que já comporta catorze álbuns. Trata-se daqueles discos que, de tão bons, acabam soando como se fossem uma coletânea. Cada música tem um gancho empolgante, um refrão que lhe puxa pra junto dele. Entre as demais canções do disco, tem uma cover de Isolation, do Joy Division, que, perdoem-me os fãs, comprova uma teoria minha de que qualquer música do Joy Division acaba ficando melhor na versão dos outros do que na de seus próprios autores.
Mas o que importa mesmo, e chama a atenção, é a qualidade das faixas autorais. A produção do disco, que já merece elogios pela forma como conseguiu deixar todos os instrumentos bem altos e límpidos, também acrescenta um ritmo dinâmico na forma como elas vão surgindo no disco, estando o final de algumas praticamente ligado com o início de outras, sem pausa de execução. É dessa forma que, logo após a abertura com Knives, surgem as excelentes Screamager e Hellbelly. Esse álbum tem muitos destaques, mas eu tenho que chamar atenção especial também para as faixas Stop If You´re Killing Me, Nowhere, Die Laughing, Trigger Inside e Brainsaw, todas perfeitas para serem executadas em uma apresentação ao vivo, e, as outras músicas, como Lunacy Booth, Unbeliever, Turn e Femtex, fazem a necessária mudança de climas, em andamento mais pausado, para que o disco possa soar variado. 

Troublegum, do Therapy, é um dos meus discos preferidos, mas é claro que, historicamente, não é um disco definitivo. Não dividiu águas, criou subgeneros ou coisas do tipo, mas é eficiente para mim. Me empolga e isso é suficiente. O que mais eu poderia esperar de um álbum? O legal de Troublegum é que é aquele tipo de disco que você pode indicar para diversas pessoas, e todas elas irão ficar com o pé atrás na hora de fazer a audição. Alguns ainda ficarão indiferentes, mas uma boa parte vai se surpreender e curtir. Eu sei. Foi assim que aconteceu comigo.

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