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PARADISE LOST – GOTHIC
Para a maioria das pessoas, e a imprensa musical em geral, Draconian
Times é o grande disco do Paradise Lost, o ápice da carreira. Concordo que é um
grande álbum, sem dúvida nenhuma, mas eu me tornei fã da banda após a audição,
e consequente aquisição, de Gothic, seu segundo disco, sendo que esse ainda é
para mim o melhor trabalho deles, seguido de perto por Icon, Shades of God, e
só então Draconian Times, necessariamente nessa ordem.
Draconian Times deu um impulso forte na carreira dos ingleses, não só
pela qualidade evidente, mas também pela exposição massiva que o mesmo teve
através da exibição de clips na MTV. A crítica que eu faço ao álbum é pelo fato
dele me soar muito influenciado pelo Metallica. Parece-me que a voz de Nick
Holmes está, nesse disco, com um timbre excessivamente semelhante ao de James
Hetfield e esse tipo de coisa sempre costuma me incomodar bastante. Nada contra
Metallica ou Hetfield, evidentemente, mas o Paradise Lost já surgiu com seu
estilo bem definido, com características perceptíveis que ecoam até hoje em
seus discos e era, assim, desnecessário emular aspectos tão evidentemente
individuais de outros artistas.
Em Gothic, o clima era bem outro, mais espontâneo. Tudo que você
precisa saber sobre a banda Paradise Lost já está presente nos primeiros
minutos da faixa título, que abre o álbum. O timbre gutural na voz se foi,
amenizado ao longo dos álbuns e voltando a se fazer presente nos dias mais
recentes, esporadicamente de acordo com os arranjos, mas o clima gótico e
melódico, que mescla drama e agressividade, tristeza e melancolia, sempre
continuou, mesmo quando a banda fez experimentos mais modernos.
Junto de Nick Holmes, a outra cabeça pensante da banda, na divisão das
composições, é o guitarrista Gregor Mackintosh, responsável pelas melodias
executadas com o apoio do também guitarrista Aaron Aedy. O quinteto, completado
pelo baixista Stephen Edmondson e pelo baterista Matthew Archer conceberam um
clássico que foi imediatamente galgado para o coletivo de discos que abriram as
portas do doom metal gótico. Além da faixa de abertura, músicas como Shattered,
The Painless, Falling Forever e Eternal, surgiram como um sopro de novidade
naquele começo da década de noventa, quando os conjuntos de heavy metal estavam
meio que perdidos entre a explosão de bandas alternativas, a explosão de bandas
extremas e a desorientação dos artistas clássicos do gênero, que não sabiam
para onde deveriam atirar. Embora o que o Paradise Lost fez acabou se
multiplicando como uma espécie de praga, fenômeno que ocorre sempre que algum
artista se destaca com força ao incorporar ou misturar novos elementos em algo
que já vinha sendo realizado, isso não desmerece sua obra e seu legado.
Tanto que a banda continua ativa e se renovando até os presentes dias,
mantendo uma solidez na formação, com exceção do posto de baterista, que sofreu
alterações ao longo do tempo. O Paradise Lost tornou a crescer na medida em que
foi paulatinamente retornando à sua sonoridade genuína e natural, até chegar no
ponto atual, onde soa como o cruzamento entre Gothic e Draconian Times.
Execelente! Agradou à mim e agrada a maioria das pessoas.
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