sábado, 5 de dezembro de 2015



OZ – FIRE IN THE BRAIN

Em algum momento, no começo dos anos noventa, a Finlândia, tal qual sua vizinha Suécia, ambas na região européia conhecida como Escandinávia, tiveram uma explosão de bandas que fez com que os radares do heavy metal mundial se voltassem para acompanhar o que estava acontecendo ali. A Suécia teve uma explosão maior, mas a Finlândia revelou nomes que hoje estão entre os mais lembrados do estilo, com uma forte base de fãs, tais quais Amorphis, Children Of Bodom, Impaled Nazarene, Nightwish, Sinergy, Sonata Arctica, Stratovarius e Turisas.
No entanto, lá no começo dos anos oitenta, na fase áurea do estilo, surgiu uma banda naquele país que, antes, só era lembrado em termos de música pesada por causa da existência do Rattus, grupo seminal do hardcore. A tal banda, denominada Oz, não extrapolou os limites do underground, mas fez um trabalho de qualidade, que é o foco aqui. Fire in the Brain, lançado em 1983, é o seu segundo disco, e é considerado o clássico de sua discografia.
A Primeira vez que eu tive contato com o grupo foi também nos anos 80, através de uma fitinha cassete gravada por um amigo, no formato de coletânea. Não me lembro de tudo que tinha na tal fita, mas sei que tinha Manowar, Trouble e Mercyful Fate, além do Oz. A música do Oz selecionada para a coletânea foi a faixa de abertura do disco Fire in the Brain, Search Lights, impossível de ser esquecida por causa do grunhido que marca sua introdução. A faixa era excelente, mas demorou quase vinte anos para que eu pudesse conhecer o resto do disco e, devo dizer, a espera valeu, pois todas as composições do álbum são de muito bom gosto. Metal tradicional em grande forma, lembrando fortemente o que os holandeses do Picture também estavam fazendo.
Não consigo vislumbrar nenhuma outra comparação, mais precisa do que a com o Picture, para poder situar quem ainda não conhece esse disco. A faixa Fortune é bem sintomática em relação a essa semelhança, mas isso em momento algum quer dizer que o Oz imitava aquela banda. Tanto uma, quanto a outra, soam dessa forma porque ambas trabalhavam em cima do que existia de melhor em termos de heavy metal naquele tempo. Mais precisamente falando, a escola britânica, conhecida como New Wave of British Heavy Metal, que agregava peso sem extremismo com melodia sem afetação.

Esse não é um daqueles discos que mudaram o curso das coisas, apontaram novos caminhos para o estilo ou qualquer outro tipo de quebra de padrões. É um disco honesto de metal. De bom heavy metal, do tipo que hoje em dia só se encontra em bandas revivalistas. Portanto, nunca deixe de explorar o passado, ao mesmo tempo em que percorre o presente, pois a fonte é infinita e tudo acaba por se mesclar. Se duvidar, ouça o disco e veja que músicas como Black Candle, Gambler ou Megalomaniac não envelhecem. Soam tão bem como devem ter soado trinta anos atrás, em um país que almejava ser visto no mapa mundi do heavy metal.

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